GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CACTÁCEAS SOB ESTRESSE SALINO
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252022v35n108rcPalavras-chave:
Caatinga. Cereus jamacaru. Pilosocereus pachycladus. Salinidade. Vigor.Resumo
As sementes de cactáceas que ocorrem em florestas tropicais sazonais secas estão sujeitas a múltiplos estresses, a exemplo do estresse salino, que limita a embebição e, consequentemente a germinação. Assim, objetivou-se comparar o desempenho germinativo de sementes de Cereus jamacaru subsp. jamacaru e Pilosocereus pachycladus subsp. pernambucoensis em condições de salinidade. Para isso, utilizou-se soluções de NaCl e KCl nos seguintes potenciais osmóticos: 0,0 (controle); -0,2; -0,4; -0,6; -0,8; -1,0 e -1,2 MPa. As sementes foram colocadas para germinar sob a temperatura de 25 °C e fotoperíodo de 12 horas. A contagem do número de sementes germinadas foi realizada diariamente durante 21 dias após a protrusão radicular. As variáveis analisadas foram: teor de água, germinação, plântulas normais, índice de velocidade de germinação e tempo médio de germinação. O delineamento foi inteiramente casualizado seguindo o esquema fatorial de 2 × 7 (espécie × potencial osmótico) para cada fonte salina. A restrição hídrica e o efeito iônico causados pelos sais favoreceram a germinação e o vigor das sementes de ambas as espécies nos potenciais osmóticos de -0,2 e -0,4 MPa, entretanto, a partir de -0,8 MPa houve diminuição expressiva da germinação nos dois sais. As sementes de C. jamacaru subsp. jamacaru e P. pachycladus subsp. pernambucoensis foram tolerantes ao estresse salino, pois conseguiram germinar em potenciais de até -0,8 MPa (NaCl) e -1,2 MPa (KCl), este último, apenas no caso do P. pachycladus subsp. pernambucoensis.
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