Respostas morfológicas de híbridos de milho em competição com picão-preto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n105rc

Palavras-chave:

Zea mays. Bidens pilosa. Interação entre plantas. Interferência.

Resumo

O estudo das interações competitivas entre espécies cultivadas e não cultivadas pode ser uma ferramenta importante no manejo integrado de plantas daninhas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a habilidade competitiva de híbridos de milho na presença do picão-preto, testando-se diferentes proporções de plantas nas associações. Tanto para os híbridos de milho (Dekalb 230 PRO3, Pioneer 30F53 VYH, Brevant 2B433 PW e Syngenta 505 VIP3) quanto para o picão-preto, a densidade final foi de 20 indivíduos vaso-1, determinada em experimentos preliminares. Após foram instalados ensaios em série de substituição, nas diferentes combinações das espécies, variando-se as proporções relativas (100:0, 75:25, 50:50, 25:75 e 0:100%). A análise da competitividade das espécies foi efetuada por meio de diagramas aplicados a experimentos substitutivos e pelos índices de competitividade relativa. Os híbridos de milho apresentaram menor perda ao reduzirem as variáveis morfológicas do picão-preto e demonstraram superioridade na habilidade competitiva em relação a planta daninha. Ocorreu competição entre os híbridos de milho na presença do picão-preto, sendo afetados negativamente, independentemente da proporção de plantas, provocando reduções na estatura de plantas, diâmetro de caule, área foliar e massa seca. Observou-se redução média de 10 e 86% da MS dos híbridos de milho e da planta daninha, respectivamente ao se comparar a ausência de competição com qualquer das densidades associadas, sendo a competição intraespecífica mais prejudicial do que a interespecífica. Os híbridos de milho e o picão-preto competem pelos mesmos recursos do meio, sendo a cultura mais competitiva do que a planta daninha.

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Publicado

01-12-2022

Edição

Seção

Agronomia