Diversidade morfoagronômica e identificação botânica de acessos de melão do nordeste brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n202rc

Palavras-chave:

Cucumis melo L. Taxonomia. Fenotipagem. Genética.

Resumo

O cultivo do melão (Cucumis melo L.) no Semiárido brasileiro é realizado por pequenos, médios e grandes agricultores, visando o mercado interno e externo. Contudo, o meloeiro também é cultivado por agricultores familiares que utilizam sementes próprias, as quais constituem germoplasma de grande importância para o melhoramento genético do melão. Amostras destes materiais foram coletadas e estão armazenadas no Banco Ativo de Germoplasma de Cucurbitáceas para o Nordeste Brasileiro, localizado na Embrapa Semiárido, necessitando de estudos mais aprofundados para melhor conhecimento da variabilidade existente. Assim, objetivou-se com este trabalho, estudar subacessos e suas respectivas progênies endogâmicas para aprofundar o conhecimento da variabilidade genética entre e dentro dos acessos. Foram conduzidos dois experimentos em blocos casualizados completos, com três repetições, usando 11 descritores quantitativos e oito qualitativos. O primeiro utilizou sementes de 17 acessos provenientes de polinização livre e, no segundo, sementes de progênies S1. A partir dos dados morfológicos comparou-se as gerações e observou-se que os 17 acessos avaliados deram origem a 24 subacessos, inferindo variabilidade entre e dentro dos acessos e subacessos. O dendrograma feito a partir do método UPGMA constatou a variabilidade existente, e usando a mais nova classificação dos tipos de melões foram identificados os grupos makuwa subgrupo nashi-uri, momordica e cantalupensis subgrupo prescott. Provavelmente existe introgressão de alelos entre diferentes grupos botânicos, e alguns subacessos não foram identificados quanto ao seu grupo por apresentar variações em suas características morfológicas, podendo indicar a presença de novos grupos botânicos.

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Publicado

28-02-2023

Edição

Seção

Agronomia