Micropropagação de Vellozia seubertiana (Velloziaceae)
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n204rcPalavras-chave:
Campo rupestre. Chapada Diamantina. Propagação in vitro. Regulador vegetal.Resumo
Velloziaceae é uma das principais famílias da composição florística dos campos rupestres da Chapada Diamantina e possui espécies com significativo potencial ornamental e resistência a mudanças climáticas. A espécie Vellozia seubertiana se destaca pela beleza das flores e por possuir caules cobertos por bainhas foliares que asseguram proteção quando em contato com o fogo. Não há relatos sobre a sua propagação, conservação e entendimento da sua fisiologia, o que justifica a realização deste estudo. Este trabalho teve como objetivo estabelecer um protocolo de micropropagação da espécie V. seubertiana. Para o estabelecimento in vitro, as sementes foram desinfestadas e inoculadas em meio MS com metade das concentrações salinas (MS ½). Microplantas estabelecidas in vitro foram utilizadas para a indução de brotos em meio MS ½ suplementado com BAP (0,00; 4,44; 8,88 e 17,76 µM) e ANA (0,00 e 2,22 µM). Os brotos obtidos foram inoculados em meio MS ½ contendo carvão ativado (0,0 e 1,0 g L-¹) e AIB (0,00 e 2,22 µM) para enraizamento. Microplantas enraizadas foram aclimatizadas em casa de vegetação. Obteve-se uma média de 5,7 brotos via organogênese em meio contendo 8,75 µM de BAP e 2,22 µM de ANA. Na fase de enraizamento, a presença do carvão ativado proporcionou as maiores médias para comprimento de parte aérea e comprimento de raiz. As plantas aclimatizadas atingiram 75% de sobrevivência após 60 dias da transferência para a condição ex vitro. Conclui-se que a micropropagação é uma técnica promissora para a produção de mudas de V. seubertiana.
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