Dinâmica da decomposição da matéria orgânica vegetal em diferentes paisagens agrícolas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n115rc

Palavras-chave:

Agroecossistemas. Azadirachta indica. Fitomassa foliar. Gliricidia sepium.

Resumo

O funcionamento dos ecossistemas ou agroecossistemas depende, sobretudo, da interação solo-serapilheira. Assim, objetivou-se avaliar a influência de diferentes sistemas de uso e manejo do solo sobre a dinâmica de decomposição dos resíduos vegetais de Azadirachta indica e Gliricidia sepium. O estudo foi conduzido em quatro sistemas de ocupação da terra, sendo eles: remanescente florestal, sistema agroflorestal (SAF), mandala agrícola e pastagem. A taxa de decomposição foi estimada com o uso de sacolas de nylon (litter bags), contendo 20 g de folhas de A. indica e G. sepium, que foram dispostas na superfície do solo de cada área por um período de 18, 36, 54, 72, 90 e 108 dias. Adotou-se um DIC, considerando cada área como um tratamento e quatro repetições a cada coleta, para ambas as espécies. Os dados foram submetidos a uma análise de regressão e as médias foram comparadas pelo teste Tukey (p<0,05). Após 108 dias, mais de 85 e 90% da fitomassa de A. indica e G. sepium, respectivamente, havia sido decomposta, independente do sistema avaliado, indicando que estas espécies apresentam rápida taxa de decomposição. O tempo de meia-vida (T½) do material vegetal variou de 16 a 23 dias no caso da G. sepium e de 25 a 37 dias no caso da A. indica, dependendo do sistema de uso da terra. A temperatura edáfica, o conteúdo de água do solo e as características físico-químicas da fração foliar são preditores da perda de massa. Esses conhecimentos podem fornecer importantes informações que viabilizem práticas de manejo florestal.

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Publicado

01-12-2022

Edição

Seção

Engenharia Agrícola