Mapeamento de Bancos Comunitários de Sementes Crioulas no Território de Identidade Piemonte Norte do Itapicuru

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n305rc

Palavras-chave:

Sementes crioulas. Agroecologia. Comunidades rurais. Recursos genéticos vegetais. Sensoriamento remoto.

Resumo

O uso de Bancos Comunitários de Sementes (BCS) crioulas constitui-se como uma das importantes tecnologias sociais determinantes para a convivência com o semiárido. Tal estratégia apoia-se no fato de que, tais bancos possibilitam a oferta de sementes apropriadas, em virtude da seleção realizada pelos agricultores ao longo de gerações, bem como de todo conhecimento tradicional associado. Considerando a má distribuição hídrica que acomete em parte dos estados da Região Nordeste do Brasil, os agricultores familiares dependem das chuvas, bem como de sementes adaptadas para viabilizar seus cultivos. Nesse cenário, em razão da rusticidade, as sementes crioulas, são as mais adequadas, pois elas são perfeitamente adaptadas ao clima e ao sistema de cultivo utilizado. Diante dessa problemática, visando minimizar os impactos ocasionados pela agricultura convencional, a citar: a redução da agrobiodiversidade, disponibilidade de sementes no momento adequado para a semeadura, uma das estratégias adotadas é a conservação do germoplasma em bancos ou casa de sementes. O presente estudo teve como objetivo mapear os Bancos Comunitários de Sementes no Território de Identidade Piemonte Norte do Itapicuru, localizado no estado da Bahia. A pesquisa foi realizada durante a pandemia da COVID-19 e apresentou caráter qualitativo, sendo utilizada como metodologia de investigação o estudo de caso. A coleta de dados foi realizada em três etapas e como resultado, foram mapeados oito bancos, distribuídos em três municípios sendo estes: Antônio Gonçalves, Campo Formoso e Pindobaçu. Apesar de o território ser composto por nove municípios percebe-se que seis destes não utilizam essa tecnologia.

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Publicado

18-07-2023

Edição

Seção

Agronomia