Análise multivariada como ferramenta na seleção de agroecossistemas sustentáveis de cultivo de meloeiro no Semiárido
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n307rcPalavras-chave:
Adubação verde. Revolvimento do solo. Vegetação espontânea. Cucumis melo. Nematoides fitoparasitas.Resumo
Sistemas de manejo de solos, incluindo revolvimento e adubação verde, são importantes para o controle de nematoides e para a produção sustentável. Objetivou-se selecionar, por meio da análise multivariada, agroecossistemas sustentáveis para cultivo irrigado de melão amarelo no Semiárido brasileiro. As avaliações ocorreram num experimento de longa duração, com seis agroecossistemas multifuncionais, compostos pela combinação de três misturas de plantas de cobertura (1 - 75% leguminosas + 25% gramíneas e oleaginosas; 2 - 25% leguminosas + 75% gramíneas e oleaginosas e 3 - vegetação espontânea) e dois tipos de manejo do solo (sem e com revolvimento). Avaliaram-se o estado nutricional das plantas, a fertilidade do solo, as populações de nematoides nas raízes e no solo e a produtividade da cultura. Os dados foram submetidos às técnicas de análises multivariadas, permitindo agrupar os agroecossistemas por semelhanças e complexidade das suas funções. A incorporação dos resíduos vegetais ao solo reduz a população de nematoides, mas sua manutenção na superfície permite melhorar a fertilidade e alcançar boas produtividades, mesmo sob maior população de nematoides. Os agroecossistemas que associam o não revolvimento dos resíduos vegetais das plantas de cobertura com maior diversidade de espécies na composição é o modelo considerado mais complexo, permitindo diferentes funcionalidades ambientais. Assim, recomenda-se não incorporar os resíduos vegetais, transplantando as mudas de meloeiro diretamente sobre a palhada. No entanto, considerando que os resultados obtidos com a não incorporação da vegetação espontânea foram semelhantes à incorporação das plantas de cobertura comerciais, conclui-se que esta prática também é viável e adaptada às condições semiáridas.
Downloads
Referências
ARCOVERDE, S. N. S. et al. Qualidade física de solos em uso agrícola na região semiárida do Estado da Bahia. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 39: 1473-1482, 2015.
BAGAGI, L. M. Ciclagem de micronutrientes pelo uso de coquetéis vegetais no cultivo de mangueira no Semiárido. 2017. 44 f. Monografia (Graduação em Biologia) - Universidade de Pernambuco, Petrolina, 2017.
BARROS, V. S. et al. Agronomic and environmental performance of melon produced in the Brazilian Semiarid region. Revista Caatinga, 32: 877-888, 2019.
BRASIL. Atlas irrigação: uso da água na agricultura irrigada / Agência Nacional de Águas. Brasília, DF: ANA, 2017. 86 p.
CASTRO, F. C.; SANTOS, A. M. dos. Salinidade do solo e risco de desertificação na região semiárida. Mercator, 19: e19002, 2020.
COOLEN, W. A.; D’HERDE, C. J. A method for the quantitative extraction of nematodes from plant tissue. Ghent, Belgium. State Nematology and Entomology Research Station, 1972. 77 p.
DEUS, T. R. V. et al. Selection of green manures to provide ecossystem services in a semi-arid environment. Brazilian Journal of Environmental Sciences, 57: 409-421, 2022.
FERRAZ, L. C. C. B.; BROWN, D. J. F. Os nematoides no contexto da agricultura atual. In: FERRAZ, L. C. C. B.; BROWN, D. J. F. (Eds.). Nematologia de plantas: fundamentos e importância. Manaus, AM: Norma Editora, 2016. cap. 1, p. 1-16.
FREITAS, L. et al. Análise multivariada na avaliação de atributos de solos com diferentes texturas cultivados com cana-de-açúcar. Revista Ciências Agrárias, 57: 224-233, 2014.
FREITAS, M. S. C. Distribuição de organismos da fauna epigeica, ciclagem de nutrientes e carbono do solo em agroecossistema de mangueira no Semiárido. 2018. 115 f. Tese (Doutorado em Agronomia: Área de Concentração em Ecologia, Manejo e Conservação de Recursos Naturais) - Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2018.
FREITAS, M. S. C. et al. Decomposition and nutrient release of cover crops in mango cultivation in Brazilian semi-arid region. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 43: e0170402, 2019.
GIONGO, V. et al. Sistema conservacionista de cultivo de melão utilizando coquetéis vegetais no Submédio São Francisco. In: FIGUEIRÊDO, M. C. B. de; GONDIM, R. S.; ARAGÃO, F. A. S. de (Eds.). Produção de melão e mudanças climáticas: sistemas conservacionistas de cultivo para redução das pegadas de carbono e hídrica. Brasília, DF: Embrapa, 2017. cap. 2, p. 231-253.
GIONGO, V. et al. Optimizing multifunctional agroecosystems in irrigated dryland agriculture to restore soil carbon – experiments and modelling. Science of The Total Environment, 725: 1-11, 2020.
GIONGO, V. et al. Desenhos de agroecossistemas multifuncionais para o cultivo de olerícolas. Petrolina, PE: Embrapa Semiárido, 2021. 16 p. (Comunicado técnico, 183)
HAIR JUNIOR, J. F. et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. 688 p.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção agropecuária: produção de melão. Rio de Janeiro, RJ: IBGE, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/melao/br. Acesso em: 28 set. 2022.
JENKINS, W. R. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes from soil. Plant Disease Reporter, 48: 692-692, 1964.
MAY, W. F.; MULLIN, P. G. Plant parasitic nematodes: a pictorial key to genera. 5th ed. Ithaca, NY: Cornell University Press, 1996. 277 p.
MENDES, K. R. et al. Seasonal variation in net ecosystem CO2 exchange of a Brazilian seasonally dry tropical forest. Scientific Reports, 10: 1-16, 2020.
PAYE, H. S.; MELLO, J. W. V.; MELO, S. B. Métodos de análise multivariada no estabelecimento de valores de referência de qualidade para elementos-traço em solos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 36: 1031-1041, 2012.
PEREIRA FILHO, A. et al. Nutrient cycling in multifunctional agroecosystems with the use of plant cocktail as cover crop and green manure in the semi-arid. African Journal of Agricultural Research, 14: 241-251, 2019.
RASHIDI, M. et al. Response of soil physical properties and crop yield of melon to different tillage methods. Agricultural Engineering Research Journal, 9: 1-6, 2019.
SANTOS, T. L. et al. Cleaner fruit production with green manure: the case of Brazilian melons. Journal of Cleaner Production, 181: 260-270, 2018a.
SANTOS, H. G. et al. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5. ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2018b. E-book: il. color. E-book, no formato ePub, convertido do livro impresso.
SILVA, J. P. S. et al. Changes in soil fertility and mineral nutrition of mango orchards in São Francisco Valley, Brazil. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, 9: 42-48, 2014.
SILVA, P. B.; GIONGO, V.; LIMA, R. L. F. A. Micorrizas arbusculares como indicador biológico para seleção de modelos de agroecossistemas multifuncionais: 1. Olerícolas. Revista Brasileira de Geografia Física, 14: 2592-2607, 2021.
TEIXEIRA, P. C. et al. Manual de métodos de análise de solos. 3 ed. Brasília, DF: Embrapa, 2017, 573 p.
VIZIOLI, B. et al. Effects of long-term tillage systems on soil Physical quality and crop yield in a Brazilian Ferralsol. Soil & Tillage Research, 209: e104935, 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).