Segmentação do rio Apodi-Mossoró e alterações pedogenéticas em solos de ambientes aluviais
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n412rcPalavras-chave:
Urbanização. Antropização. Pedologia.Resumo
A bacia hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró é de grande importância para a região Oeste do Estado do Rio Grande do Norte. Com o aumento acelerado da população e a consequente necessidade de espaço geográfico, ações antrópicas como a tricotomização foram necessárias no curso do rio do município de Mossoró/RN. O presente trabalho objetiva compreender os efeitos da tricotomização em solos no ambiente aluvial. Foram definidos pontos de coleta nas áreas natural e antropizada no trecho urbano de Mossoró, descritos e coletados perfis de solo, além da coleta de amostras de solo nas profundidades de 0 – 0,10 m e 0,10 – 0,20 m. Foram realizadas análises físicas e químicas nas amostras, consistindo em: granulometria, densidade do solo, agregados, pH em água, P disponível, bases trocáveis, acidez potencial, carbono orgânico total (COT), nitrogênio (N) e micronutrientes (Cu e Zn). Também foram confeccionados mapas de localização, uso e ocupação dos solos. O solo observado na área natural foi classificado como Neossolo Flúvico Psamítico êutrico, apresentando características físicas e químicas típicas da classe de solo, como textura e teores de P variáveis ao longo do perfil. Na área antropizada, o solo foi classificado como Planossolo Háplico Carbonático vertissólico, com horizonte Ap apresentando textura franco arenosa por se tratar de um horizonte decorrente da atividade antrópica no ambiente. Todos os horizontes e perfis apresentaram pH elevados. As áreas formam grupos distintos em relação aos atributos físicos e químicos, com pontos de sobreposição que podem ser justificados pela atuação do homem mesmo no ambiente considerado natural.
Downloads
Referências
ALVARES, C. A. et al. Köpen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22: 711-728, 2013.
ANTONIO, J. N.; METTTERNICH, G. I.; TOMMASELLI, J. T. G. Classificação de antropossolos em áreas de antigos depósitos em Presidente Prudente - SP: Primeira aproximação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA - I CONGRESSO NACIONAL DE GEOGRAFIA FÍSICA, 17., 2017, Campinas. Anais... Campinas: UNICAMP, 2017. p. 4919-4930.
ARAÚJO, D. R. et al. Estudo da área de preservação permanente do Rio Mossoró no sítio urbano de Mossoró-RN por meio de técnicas de geoprocessamento. Revista Caatinga, 25: 177-183, 2012.
BALIEIRO, F. C.; ALVES, B. J. R. Nitrogênio total - Kjeldahl. In: TEIXEIRA, P. C. et al. Manual de métodos e análises de solo. Brasília, DF: Embrapa, 2017. s/v, parte 3 cap. 2, p. 368-376.
BENINI, S. M.; ROSIN, J. A. R. G. Dinâmica fluvial no espaço urbano: aspectos relevantes. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, 5: 54-67, 2017.
CAMPOS, D. V. B. et al. Acidez Potencial do Solo. In: TEIXEIRA, P. C. et al. (Eds.). Manual de métodos e análises de solo. Brasília, DF: Embrapa, 2017. s/v, parte 2, cap. 4, p. 233-237.
CARVALHO, R. G.; KELTING, F. M. S.; SILVA, E. V. Indicadores socioeconômicos e gestão ambiental nos municípios da bacia hidrográfica do rio Apodi-Mossoró, RN. Sociedade & Natureza, 23: 143-159, 2011.
HAIR JUNIOR, J. F. et al. Anáise Multivariada de Dados. 6. ed. São Paulo, SP: Bookman, 2009. 688 p.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2022. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rn/mossoro.html>. Acesso em: 20 jul. 2023.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bases cartográficas. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/malhas-territoriais/15774-malhas.html>. Acesso em: 20 jul. 2020.
JACOMINE, P. K. T. et al. Guia de Excursão Pedológica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 35., 2015, Natal, RN. Anais... Natal: CBCS, 2015. p. 1-52.
KAMPF, N.; CURI, N. Formação e Evolução do Solo: Pedogênese. In: KER, J. C. et al. (Eds.). Pedologia Fundamentos. Viçosa, MG: SBCS, 2015. s/v, cap. 7, p. 207-302.
LADEIRA, F. S. B. A ação antrópica sobre os solos nos diferentes biomas brasileiros – terras indígenas e solos urbanos. Entre-Lugar, 3: 127-139, 2012.
LIMA, A. L. L. V. Rio Mossoró: mudanças na paisagem. In: Encontro de Pesquisa e Extensão, nº. 14., 2007, Mossoró. Anais... Mossoró: ENCOPE, 2007. 1 CD-ROM.
LOSS, A. et al. Carbono orgânico total e agregação do solo em sistema de plantio direto agroecológico e convencional de cebola. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 39: 1212-1224, 2015.
MANLY, B. F. J. Multivariate statistical methods. 2. ed. London, Chapman & Hall, 1994. 215 p.
MEDEIROS, C. E. B. F. S. Os impactos do uso e ocupação e evento de seca extrema na qualidade da água e do solo de um manancial tropical do semiárido. 2016. 72 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Sanitária: Área de Concentração em Recursos Hídricos) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.
MENDONÇA, E. S; MATOS, E. S. Matéria orgânica do solo: Métodos de análises. Viçosa, MG: UFV, 2017. 221 p.
MOURA, S. R. F. Geração de um modelo digital de terreno para a identificação das áreas de risco à inundação na área urbana de Mossoró. 2014. 89 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Naturais: Área de Concentração em Diagnóstico e Conservação Ambiental) - Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Mossoró, 2014.
PINHEIRO, M. R. et al. Interações solo, relevo e material de origem na região do Alto Estrutural do Pau D’Alho – Sudeste do Brasil. Revista do Instituto Geológico, 41: 49-67, 2020.
RIBON, A. A. et al. Alterações na estabilidade de agregados de latossolo e argissolo em função do manejo, na entrelinha da seringueira. Revista Árvore, 38: 1065-1071, 2014.
SANTOS, H. G. et al. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5 ed. Brasília, DF: Embrapa, 2018.
SANTOS, R. D. et al. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 7 ed. Viçosa, MG: SBCS. Embrapa Solos, 2015, 100 p.
SANTOS, E. Carbono, nitrogênio e relação C/N em Gleissolo e Cabissolo sob diferentes tipologias vegetais na área de ocorrência da floresta ombrófila densa. Antonina – PR. Livro digital. EduCAPES, 2019. Disponível em: http://educapes.capes.gov.br/handle/1884/25275. Acesso em: 9 abr. 2022.
SILVA, E. M. B. et al. Disponibilidades hídricas no desenvolvimento inicial de sorgo e pH do solo. Enciclopédia Biosfera, 8: 397-407, 2012.
SOUZA, L. H. C. et al. Estabilidade de agregados de um latossolo vermelho distrófico sob diferentes usos manejos em Lambari D’Oeste-MT. Cerrado Agrociências, 6: 15-23, 2015.
STATSOFT, Inc. Statistica data analysis system version 7.0. Tulsa: Statsoft Inc, 2004.
TEIXEIRA, P. C.; CAMPOS, D. V. B.; PÉREZ, S. P. V. Equivalente de carbonato de cálcio. In: TEIXEIRA, P. C. et al. (Eds.). Manual de métodos e análises de solo. Brasília, DF: Embrapa, 2017. s/v, parte 2 cap. 21, p. 319-323.
TEIXEIRA, P. C.; CAMPOS, D. V. B.; PIRES, L. O. B: Sais solúveis. In: TEIXEIRA, P. C. et al. (Eds.). Manual de métodos e análise de solo. Brasília, DF: EMBRAPA, 2017. s/v. parte 2, cap. 20, p. 299-318.
TEIXEIRA, P. C.; CAMPOS, D. V. B.; SALDANHA, M. F. C: Fósforo disponível. In: TEIXEIRA, P. C. et al.(Eds.). Manual de métodos e análise de solo. Brasília, DF: EMBRAPA, 2017a. s/v. parte 2 cap. 2, p. 203-208.
TEIXEIRA, P. C.; CAMPOS, D. V. B.; SALDANHA, M. F. C: Fósforo disponível. In: TEIXEIRA, P. C. et al. (Eds.). Manual de métodos e análise de solo. Brasília, DF: EMBRAPA, 2017b. s/v. parte 2, cap. 1, p. 199-202.
TEIXEIRA, P. C. et al. Manual de Métodos de Análise de Solo. 3. ed. Brasília, DF: Embrapa, 2017. 573 p.
TEXEIRA, W. G.; LIMA, R. A. O solo modificado pelo homem (solo antrópico) como artefato arqueológico. IV Seminário de Preservação de Patrimônio Arqueológico, 4: 123-147, 2016.
YEOMANS, J. C.; BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routinedetermination of carbon in soil. Communications in Soil Science and Plant Analysis, 19: 1467-1476, 1988.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).