VALOR NUTRITIVO E CONSUMO VOLUNTÁRIO DO FENO DE FAVELEIRA FORNECIDO A OVINOS NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO
Palavras-chave:
Caatinga. Composição química. Digestibilidade. Espécies nativas.Resumo
A escassez de alimentos para os animais na época seca tem levado ao desenvolvimento de técnicas de manejo alimentar que sejam eficientes e sustentáveis para agricultores e pecuaristas. A pesquisa objetivou avaliar a composição química bromatológica, consumo voluntário e digestibilidade in vivo da faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax et K. Hoffman), fornecida a ovinos sob a forma de feno. Foram avaliados cinco ovinos castrados, com idade média de 18 meses e peso médio inicial de 31,75 kg ± 1,08, usando-se o método convencional de coleta total de fezes. O feno foi confeccionado naturalmente em área ensolarada, sendo a forrageira colhida em áreas de caatinga, na Estação Experimental de Sertânia, pertencente ao Instituto Agronômico de Pernambuco/IPA. Os resultados das análises químicas em porcentagem foram: 92,95 matéria seca (MS); 89,28 matéria orgânica (MO); 13,48 proteína bruta (PB); 3,52 extrato etéreo (EE); 41,42 extrato não nitrogenado (ENN); 41,92 fibra em detergente neutro (FDN); 26,71 fibra em detergente ácido (FDA) e 30,36 carboidratos não fibrosos (CNF). Os coeficientes de digestibilidade em porcentagem foram: 63,66 (MS); 66,06 (MO); 74,52 (PB); 36,44 (EE); 74,32 (ENN); 57,32 (FDN); 54,77 (FDA) e 56,91 (CNF). O consumo voluntário de MS, PB, NDT, FDN e FDA expressos em g kg-1 de PV0,75 foram: (93,14; 12,52; 56,06; 39,04 e 24,88), respectivamente. Os dados obtidos indicam que o feno de faveleira pode ser uma alternativa viável para suplementação alimentar de ovinos no período da seca, apresentando características de boa forrageira quando comparado a outras espécies nativas do semiárido brasileiro.Downloads
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