DECOCTOS ISOLADOS E EM MISTURA COM FUNGICIDA NO CONTROLE DO OÍDIO EM MINICEPAS DE EUCALIPTO

Autores

  • André Costa da Silva Universidade Federal de Viçosa
  • Paulo Estevão de Souza Universidade Federal de Lavras
  • Mário Lúcio Vilela de Resende Universidade Federal de Lavras
  • Manoel Batista da Silva Júnior Universidade Federal de Lavras
  • Gabriel de Resende Baroni Universidade Federal de Lavras

Palavras-chave:

Oidium eucalypti. Eucalyptus. Controle alternativo. Microscopia eletrônica de varredura.

Resumo

O objetivo do trabalho foi avaliar os decoctos de Hyptis marrubioides, Aloysia gratissima e Cordia verbenacea e a mistura desses decoctos com o fungicida comercial piraclostrobina + epoxiconazole no controle do oídio em eucalipto. O experimento foi conduzido em casa de vegetação utilizando minicepas do híbrido Eucalyptus urophylla x E. camaldulensis (“urocam”) VM1 considerado altamente suscetível ao oídio. Os tratamentos consistiram da aplicação dos três decoctos na concentração de 50%, do fungicida a 0,75 mL L-1 e da mistura dos decoctos com o fungicida nas proporções de 50:50, 25:75 e 75:25, respectivamente. Os tratamentos foram pulverizados a cada 14 dias e as avaliações da severidade da doença foram feitas a cada 7 dias. O efeito fungitóxico direto dos tratamentos sobre o oídio do eucalipto foi avaliado por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foi verificado que o fungicida, os decoctos de H. marrubioides, A. gratissima e C. verbenacea e todas as misturas desses decoctos com o fungicida foram eficientes em reduzir a severidade do oídio em minicepas de eucalipto. A mistura dos decoctos com o fungicida piraclostrobina + epoxiconazole permitiu reduzir a dose do fungicida em até 75% e aumentar a eficiência de controle. Através das imagens obtidas por MEV verificou-se a ação fungitóxica dos decoctos, do fungicida e das combinações desses produtos sobre o oídio do eucalipto, tais como lise da parede das hifas e dos conidióforos e murchamento dos conídios do fungo.

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Biografia do Autor

André Costa da Silva, Universidade Federal de Viçosa

Pós-doutorando pela Universidade Federal de Viçosa

Paulo Estevão de Souza, Universidade Federal de Lavras

Professor do departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras

Mário Lúcio Vilela de Resende, Universidade Federal de Lavras

Professor do departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras

Manoel Batista da Silva Júnior, Universidade Federal de Lavras

Mestrando em Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras

Gabriel de Resende Baroni, Universidade Federal de Lavras

Granduando em Engenharia Florestal

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Publicado

24-10-2013

Edição

Seção

Agronomia