PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DE SEMENTES DE TUCUMÃ-DE-GOIÁS (Astrocaryum huaimi Mart.)
Palavras-chave:
Entalpia. Entropia. Calor latente de vaporização.Resumo
Os frutos e sementes de tucumã-de-Goiás apresentam importantes propriedades nutricionais, sendo utilizados na alimentação humana e animal. Desta forma, o estudo das propriedades termodinâmicas no processo de secagem é fundamental na análise de projetos de equipamentos, processos de preservação e acondicionamento das sementes. O objetivo do presente trabalho foi determinar e avaliar as propriedades termodinâmicas para diferentes teores de água de equilíbrio higroscópico das sementes de tucumã-de-Goiás. Para obtenção das isotermas utilizou-se o método estático indireto nas temperaturas de 10, 20, 30 e 40 °C e teores de água de 12,8; 8,9; 5,8 e 3,6% base seca (b.s.). O modelo de Copace foi o que obteve o melhor ajuste aos dados de equilíbrio higroscópico das sementes. As propriedades termodinâmicas são influenciadas pelo teor de água, sendo que o calor latente de vaporização da água dos grãos aumenta com o decréscimo do teor de água de equilíbrio, variando entre 3.049,00 a 2.666,73 kJ kg-1 para os teores de água de 3,6 a 12,8% b.s., respectivamente. A entalpia e entropia diferencial estão fortemente relacionadas ao teor de água das sementes. A temperatura isocinética de 210,93 K confirma a compensação química linear entre a entalpia e a entropia diferenciais das sementes de tucumã-de-Goiás, sendo o processo de dessorção das sementes controlado pela entalpia.Downloads
Referências
BAYRAM, M.; ÖNER, M. D.; EREN, S. Thermodynamics of the dimensional changes in the wheat kernel during cooking for bulgur production. Food Science and Technology International, Los Angeles, v. 10, n. 4, p. 243-253, 2004.
BERISTAIN, C. I.; GARCIA, H. S.; AZUARA, E. Enthalpy-entropy compensation in food vapor adsorption. Journal of Food Engineering, Londres, v. 30, n. 3-4, p. 405-415, 1996.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Regras para Análise de Sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 395 p.
BROOKER, D. B.; BAKKER-ARKEMA, F. W.; HALL, C. W. Drying and storage of grains and oilseeds. Westport: the AVI publishing company, New York: Van Nostrand Reinhold, 1992. 450 p.
CLADERA-OLIVERA, F. et al. Thermodynamic properties of moisture desorption of raw pinhão (Araucaria angustifolia seeds). International Journal of Food Science e Technology, v. 43, n. 5, p. 900-907, 2008.
CORRÊA, P. C.; MARTINS, D. S. R.; MELO, E. C. Umigrãos: programa para o cálculo do teor de umidade de equilíbrio para os principais produtos agrícolas. Viçosa: Centro Nacional de Treinamento em Armazenagem, 1995. 10 p.
CORRÊA, P. C. et al. Curvas de dessorção e calor latente de vaporização para as sementes de milho pipoca. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 2, n. 1, p. 7-11, 1998.
CORRÊA, P. C. et al. Sorption isotherms and isosteric heat of peanut pods, kernels, and hulls. Food Science and Technology International, Los Angeles, v. 13, n. 3, p. 231-238, 2007.
DOMINGUEZ, I. L. et al. Thermodynamic analysis of the effect of water activity on the stability of macadamia nut. Journal of Food Engineering, Londres, v. 81, n. 3, p. 566-571, 2007.
GABAS, A. L. et al. Enthalpy-entropy compensation based on isotherms of mango. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 25, n. 2, p. 297-303, 2005.
FERREIRA, S. A. N.; GENTIL, D. F. O. Extração, embebição e germinação de sementes de tucumã (Astrocaryum aculeatum). Acta Amazônica, Manaus, v. 36, n. 2, p. 141-146, 2006.
GHODAKE, H. M.; GOSWAMI, T. K.; CHAKRAVERTY, A. Moisture sorption and vaporization of withered leaves, black and green tea. Journal of Food Engineering, Londres, v. 78, n. 3, p. 827-935, 2007.
GONELI, A. L. D. et al. Water desorption and thermodynamic properties of okra seeds. Transaction of the ASAE, St. Joseph, v. 53, n. 1, p. 191-197, 2010.
GONELI, A. L. D. et al. Water sorption properties of coffee fruits, pulped and green coffee. Food Science and Technology, v. 50, n. 2, p. 386-391, 2013.
KAYA, S.; KAHYAOGLU, T. Influence of dehulling and roasting process on the thermodynamics of moisture adsorption in sesame seed. Journal of Food Engineering, Londres, v. 76, n. 2, p. 139–147, 2006.
KRUG, R. R.; HUNTER, W. G.; GRIEGER, R. A. Enthalpy-entropy compensation. 1 - Some fundamental statistical problems associated with the analysis of Van’t Hoff and Arrhenius data. Journal of Physical Chemistry, Washington, v. 80, n. 21, p. 2335-2341, 1976a.
KRUG, R. R.; HUNTER, W. G.; GRIEGER, R. A. Enthalpy-entropy compensation. 2 - Separation of the chemical from the statistical effect. Journal of Physical Chemistry, Washington, v. 80, n. 21, p. 2341-2351, 1976b.
LIU, L.; GUO, Q. X. Isokinetic relationship, isoequilibrium relationship, and enthalpy–entropy compensation. Chemical Reviews, Washington, v. 101, n. 3, p. 673-695, 2001.
MADAMBA, P. S.; DRISCOLL, R. H.; BUCKLE, K. A. Thin-layer drying characteristics of garlic slices. Journal of Food Engineering, Londres, v. 29, n. 1, p. 75-97, 1996.
MOYANO, P. C.; ZÚNIGA, R. N. Enthalpy–entropy compensation for browning of potato strips during deep-fat frying. Journal of Food Engineering, Londres, v. 63, n. 1, p. 57–62, 2004.
OLIVEIRA, G. H. H. et al. Desorption isotherms and thermodynamic properties of sweet corn cultivars (Zea mays L.). International Journal of Food Science and Technology, Londres, v. 45, n. 3, p. 546-554, 2010.
OLIVEIRA, G. H. H. et al. Evaluation of thermodynamic properties using GAB model to describe the desorption process of cocoa beans. International Journal of Food Science and Technology, Londres, v. 46, n. 10, p. 2077-2084, 2011.
OLIVEIRA, D. E. C. et al. Propriedades termodinâmicas de grãos de milho para diferentes teores de água de equilíbrio. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 43, n. 1, p. 50-56, 2013.
PEREIRA, I. A. M.; QUEIROZ, D. M. Higroscopia. Viçosa: Centreinar, 1987. 28 p.
PEREIRA, S. J. et al. Morfologia e densidade básica das folhas de tucum (Bactris inundata Martius) como fonte de fibras celulósicas para papel. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 12, n. 1, p. 39-48, 2002.
RIZVI, S. S. H. Thermodynamic properties of foods in dehydration. In: RAO, M.A.; RIZVI, S.S.H. Engineering properties of foods. New York: Academic Press, 1995. p. 223-309.
SMANIOTTO, T. A. S. et al. Isotermas e calor latente dos grãos de milho da cultivar AG 7088. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 11, n. 3, p. 311-321, 2012.
THYS, R. C. S. et al. Adsorption isotherms of pinhão ( Araucaria angustifolia seeds) starch and thermodynamic analysis. Journal of Food Engineering, Londres, v. 100, n. 3, p. 468-473, 2010.
TUNÇ, S.; DUMAN, O. Thermodynamic proprieties and moisture adsorption isotherms of cotton seed protein isolate and different forms of cottonseeds samples. Journal of Food Engineering, Londres, v.81, p. 133-143, 2007.
VILLELA, F. A.; PERES, W. B. Coleta, beneficiamento e armazenamento. In: FERREIRA, A. G. E BORGHETTI, F. (Ed.). Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 149-162.
YUYAMA, L. K. O. et al. Processamento e avaliação da vida-de-prateleira do tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) desidratado e pulverizado. Ciência, Tecnologia e Alimentação, Campinas, v. 28, n. 2, p. 408-412, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).