EFEITO DA FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO NO CONTEÚDO NUTRICIONAL E AVALIAÇÃO DA DEGRADABILIDADE NA PALMA FORRAGEIRA

Autores

  • Tamires Carvalho do Santos Pos-Graduation Program in Technology of Chemical and Biochemical Processes, Department of Biochemical Engineering, Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Gleiza Alves Diniz Pos-Graduation Program in Environmental Sciences, Department of Basic and Instrumental Studies, State University of Southwest Bahia (UESB)
  • Aila Riany de Brito Pos-Graduation Program in Food Engineering, Department of Basic and Instrumental Studies, State University of Southwest Bahia (UESB)
  • Aureliano José Vieira Pires Department of Animal and Rural Technology, State University of Southwest Bahia (UESB)
  • Marcelo Franco Department of Exact Sciences and Technology, State University of Santa Cruz (UESC)

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252015v28n328rc

Palavras-chave:

Aspergillus niger. Rhyzopus sp.. Fermentação em Estado Sólido. Regiões Semiáridas. Alimentação de Ruminantes. Nopalea cochenillifera (L.). Salm-Dyck.

Resumo

O processo de enriquecimento protéico da palma (Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck) por fermentação em estado sólido com auxílio dos fungos filamentosos Aspergillus niger e Rhyzopus sp. foi estudado visando a elevação dos teores nutricionais para o uso como ração animal. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Resíduos Agroindustrial da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). O efeito da fermentação em estado sólido sobre a palma forrageira foi avaliado comparando os teores de proteína, celulose, hemicelulose e lignina, além da degradabilidade potencial, com os valores in natura. A bioconversão foi realizada utilizando como único substrato a palma forrageira e água, sem a suplementação de fontes alternativas de nitrogênio, minerais ou vitaminas. O fungo Aspergillus niger elevou os teores proteicos em aproximadamente 78% e promoveu a redução nos teores de celulose, hemicelulose e lignina em aproximadamente 40%, 36% e 28%, respectivamente. Por sua vez essa biotransformação elevou a degradabilidade potencial em 66% após 240 h. Enquanto que o fungo Rhyzopus sp. demonstrou ser menos eficiência no enriquecimento proteico, com um aumento de aproximadamente 69 %, e a redução no teores de celulose, hemicelulose e lignina de 30%, 28% e 18%. Ainda para este fungo a degradabilidade potencial teve uma elevação de aproximadamente 51%. Portanto a fermentação da palma forrageira com auxílio dos fungos filamentosos Aspergillus niger e Rhyzopus sp. promoveram um enriquecimento nos teores proteicos desta cactacea além de elevar a sua degradabilidade potencial. Com base nesses resultados, a bioconversão da palma forrageira empregando o método de fermentação em estado sólido pode ser uma excelente alternativa na alimentação de ruminantes em terras áridas ou semiáridas.

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Publicado

31-08-2015

Edição

Seção

Nota Técnica