MOBILIDADE DO HERBICIDA IMAZAQUIN EM DIFERENTES SOLOS

Autores

  • Flavia Florido Universidade Federal de São Carlos
  • Ana Carolina Ribeiro Dias Centro de Energia Nuclear na Agricultura
  • Patricia Andrea Monquero Universidade Federal de São Carlos
  • Valdemar Tornisielo Centro de Energia Nuclear na Agricultura

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252015v28n306rc

Palavras-chave:

Lixiviação. Imidazolinonas. Herbicidas ácidos. Dessorção.

Resumo

O imazaquin é um herbicida utilizado intensivamente no Brasil para controlar plantas daninhas associadas principalmente a cultura da soja. O presente trabalho teve como objetivos estudar a mobilidade e a lixiviação do imazaquin em solos com diferentes características. Em ambos os experimentos o delineamento estatístico foi inteiramente casualizado com três repetições. Estudou-se a mobilidade do imazaquin em Latossolo Vermelho Eutrófico (textura muito argilosa), Nitossolo Háplico Eutrófico (textura média argilosa), Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (textura média argilosa) e Neossolo Quartzarênico Órtico (textura arenosa). Para a obtenção do coeficiente de mobilidade (Rf) uma solução de 14C-imazaquin com atividade de 304,75 Bq/µL foi aplicado em placas contendo os diferentes solos. Todos os valores de Rf variaram entre 0,803 e 1, indicando que o herbicida possui alta mobilidade para todos os solos. No estudo de lixiviação foram utilizados os solos classificados como Latossolos Vermelhos e que diferiam quimicamente. O herbicida imazaquin (14C Imazaquin + produto técnico) foi aplicado na dose recomendada (161 g i.a ha-1), diretamente sobre a superfície das amostras de solo que foram previamente empacotadas em colunas. Posteriormente, foi feita simulação de chuva de 200 mm. A maior parte de radioatividade do imazaquin foi retida nas camadas de 0 a 10 cm nos dois solos LVe, sendo que no solo com maior pH uma pequena % de radioatividade foi notada até a camada de 15-20 cm. O herbicida imazaquin tem maior mobilidade em solos com baixo teor de matéria orgânica e de argila e em solos com alto pH.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flavia Florido, Universidade Federal de São Carlos

Graduanda em Biotecnologia

Ana Carolina Ribeiro Dias, Centro de Energia Nuclear na Agricultura

Laboratório de Ecotoxicologia

Patricia Andrea Monquero, Universidade Federal de São Carlos

Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental

Valdemar Tornisielo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura

Laboratório de Ecotoxicologia

Referências

AICHELE, J.M.; PENNER, D. Adsorption, desorption, and degradation of imidazolinones in soil. Weed Technology, Champaign, v. 19, n. 1, p. 154-159, 2005.

ARTUZI, J. P.; CONTIERO, R. L. Herbicidas aplicados na soja e produtividade do milho em sucessão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasilia, v. 41, n. 7, p. 1119-1123, 2006.

BATTAGLIN, W. A. et al. Ocurrence of sulfonylurea, sulfonamide, imidazolinone, and other herbicides in rivers, reservoirs and ground water in the Midwestern United States, 1998. Science of the Total Environment, Barcelona, v. 248, n. 2-3, p. 123-133, 2000.

BARIZON, R. R. M.; LAVORENTI, A; REGITANO, J. B.; TORNISIELO, V. L. Sorção e dessorção do imazaquin em solos com diferentes características granulométricas, químicas e mineralógicas. Revista Brasileira Ciência do Solo, Viçosa, v. 29, n. 5, p. 695-703. 2005.

CHAKKA, K. B., MUNSTER, C. L. Atrazine and nitrate transport to the brazos river floodplain aquifer. Transactions of the ASAE, Saint Joseph, v. 40, n. 3, p. 615-621, 1997.

DAN, H. A. et al. Atividade residual de herbicidas pré-emergentes aplicados na cultura da soja sobre o milheto cultivado em sucessão. Planta Daninha, Viçosa, v. 29, n. 2, p. 437-445, 2011.

FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras, v. 6, n. 1, p. 36-41, 2008.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, 1999. 306 p.

FERRI, M. V. W. et al. Lixiviação do herbicida acetoclor em solo submetido à semeadura direta e ao preparo convencional. Pesticidas: Revista Ecotoxicologica e Meio Ambiente, Curitiba, v. 13, n. 2, p. 147-156, 2003.

GOETZ, A. J. et al. Soil solution and mobility characterization of imazaquin. Weed Science, Champaign, v. 34, n. 3, p. 788-793, 1986.

HELLING, C. S. Pesticide mobility in soils. II. Applications of soil thinlayer chromatography. Soil Science Society American Proceeding, Madison, v. 35, n. 737–743, 1970.

INOUE, M. H. et al. Calagem e o potencial de lixiviação de imazaquin em colunas de solo. Planta Daninha, Viçosa, v. 20, n. 1, p. 125-132. 2002.

KALITA, P. K. et al. Groundwater residues of atrazine and alachlor under water-table management practices. Transaction of the ASAE, Saint Joseph, v. 40, n. 3, p. 605-614, 1997.

LOUX, M. M.; LIEBL, R. A.; SLIFE, F. W. Adsorption of imazaquin and imazethapyr on soils, sediments, and selected adsorbents. Weed Science, Champaign, v. 37, n. 3, p. 712-718, 1989.

MONQUERO, P. A.; MUNHOZ, W. S.; HIRATA, A. C. S. Persistência de imazaquim e diclosulam em função da umidade do solo. Revista Agro@mbiente On-line, Boa Vista, v. 7, n. 3, p. 331-337, 2013.

NOVO, M. C. et al. Persistência de imazaquim em Latossolo Roxo cultivado com soja. Planta Daninha, Viçosa, v. 15, n. 1, p. 30-38, 1997.

OLIVEIRA, M. F. Comportamento de herbicidas no ambiente. In: OLIVEIRA Jr., R. S.; CONSTANTIN, J. (Ed.). Plantas daninhas e seu manejo. Guaíba: Agropecuária, 2001. v.1, cap, 10, p. 315-362.

REDDY, K. N.; LOCKE, M. A. Imazaquin spray retention, foliar washoff and runoff losses under simulated rainfall. Pest Management Science, Oxford, v. 48, n.2, p. 179-187, 1996.

REGITANO, J. B. et al. Retention of imazaquim in soil. Environmental Toxicology and Chemistry, Michigan, v. 16, n. 397-404, 1997.

REGITANO, J. B. et al. Imazaquin sorption in highly weathered tropical soils. Journal Environment Quality, Madison, v. 29, n. 3, p. 894-900, 2000.

REGITANO, J. B.; ALLEONI, L. R. F.; TORNISIELO, V. L. Atributos de solos tropicais e a sorção de imazaquin. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 58, n. 4, p. 801-807, 2001.

RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. de. Guia de herbicidas. 6. ed. Londrina, PR: Ed. Autores, 2011, 648 p.

SEIFERT, S. et al. Imazaquin mobility and persistence in a sharkey clay soil as influenced by tillage systems. Weed Science, Champaign, v. 49, n. 2, p. 571-577, 2001.

SHANER, D. L. Imidazolinone herbicides. IN: PLUMMER, D.; RAGSDALE, N. (Ed.) Encyclopedia of agrochemicals. Hoboke NJ: John Wiley and Sons, 2003. p. 769-784.

STOUGAARD, R. N.; SHEA, P. J.; MARTIN, A. R. Effect of soil type and pH on adsorption, mobility, and efficacy of imazaquin and imazethapyr. Weed Science, Champaign, v. 38, n. 1, p. 67-73, 1990.

TAN, S. et al. Imidazolinone tolerant crops: history, current status and future. Pest Management Science, Oxford, v. 61, n. 3, p. 246-257, 2005.

VELINI, E. D. Comportamento de herbicidas no solo. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM HORTALIÇAS, 1., 1992, Botucatu. Anais... Botucatu: UNESP, 1992. p.44-64.

VIDAL, R. A. (Ed.) Ação dos herbicidas: absorção, translocação e metabolização. Porto alegre: Evangraf , 2002. 89 p.

YODER, R. N. et al. Aerobic metabolismo of diclosulam on U.S. and South American soils. Journal of Agricultural Food Chemistry, Munique, v. 48, n. 1, p. 4335-4340, 2000.

Downloads

Publicado

27-08-2015

Edição

Seção

Agronomia