COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA ENTRE PARASITOIDES NATIVOS E EXÓTICO DE MOSCAS-DAS-FRUTAS EM POMARES DIVERSIFICADOS EM MACEIÓ-AL
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252016v29n415rcPalavras-chave:
Controle biológico. Diachasmimorpha longicaudata. Tephritidae.Resumo
O presente trabalho objetivou conhecer os efeitos da liberação, do estabelecimento e das relações de competitividade interespecífica entre o parasitoide exótico Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead, 1905) (Hymenoptera: Braconidae) e as espécies de parasitoides nativos de moscas-das-frutas em pomar orgânico e convencional no município de Maceió, Alagoas. A criação do parasitoide exótico foi realizada no Laboratório de Radioentomologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), em Piracicaba-SP. Foram liberados 112.350 indivíduos entre cinco e oito dias de idade, no período de 08 de junho a 12 de julho de 2013. Foram realizadas coletas de frutos semanalmente durante um ano, de forma aleatória, para avaliar a recaptura de D. longicaudata em plantas e em frutos caídos no solo, sendo estes encaminhados para o Laboratório de Entomologia do CECA-UFAL, onde os mesmos passaram por triagem e individualização em recipientes plásticos contendo uma camada de 1 cm de areia para pupação das larvas do hospedeiro. Após dez dias, os pupários obtidos foram acondicionados em placas de Petri com uma camada de areia até a emergência dos adultos, sendo estes conservados em microtubos plásticos contendo álcool 70%. A liberação do parasitoide exótico não deslocou as espécies nativas, sendo obtidas as mesmas espécies antes e após a liberação em ambos os cultivos: os braconídeos Doryctobracon areolatus; Asobara anastrephae; Utetes anastrephae e Opius bellus; o figitídeo Aganaspis pelleranoi e exemplares da família Pteromalidae. Um ano após a última liberação, 44 exemplares do parasitoide exótico foram obtidos, mostrando estabelecimento nas áreas estudadas.Downloads
Referências
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