COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA ENTRE PARASITOIDES NATIVOS E EXÓTICO DE MOSCAS-DAS-FRUTAS EM POMARES DIVERSIFICADOS EM MACEIÓ-AL

Autores

  • Jakeline Maria dos Santos Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL
  • Sônia Maria Forti Broglio Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL
  • Júlio Marcos Melges Walder Center of Nuclear Energy in Agriculture, Piracicaba, SP
  • Djison Silvestre dos Santos Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL
  • Thiago Ramos Silva Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252016v29n415rc

Palavras-chave:

Controle biológico. Diachasmimorpha longicaudata. Tephritidae.

Resumo

O presente trabalho objetivou conhecer os efeitos da liberação, do estabelecimento e das relações de competitividade interespecífica entre o parasitoide exótico Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead, 1905) (Hymenoptera: Braconidae) e as espécies de parasitoides nativos de moscas-das-frutas em pomar orgânico e convencional no município de Maceió, Alagoas. A criação do parasitoide exótico foi realizada no Laboratório de Radioentomologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), em Piracicaba-SP. Foram liberados 112.350 indivíduos entre cinco e oito dias de idade, no período de 08 de junho a 12 de julho de 2013. Foram realizadas coletas de frutos semanalmente durante um ano, de forma aleatória, para avaliar a recaptura de D. longicaudata em plantas e em frutos caídos no solo, sendo estes encaminhados para o Laboratório de Entomologia do CECA-UFAL, onde os mesmos passaram por triagem e individualização em recipientes plásticos contendo uma camada de 1 cm de areia para pupação das larvas do hospedeiro. Após dez dias, os pupários obtidos foram acondicionados em placas de Petri com uma camada de areia até a emergência dos adultos, sendo estes conservados em microtubos plásticos contendo álcool 70%. A liberação do parasitoide exótico não deslocou as espécies nativas, sendo obtidas as mesmas espécies antes e após a liberação em ambos os cultivos: os braconídeos Doryctobracon areolatus; Asobara anastrephae; Utetes anastrephae e Opius bellus; o figitídeo Aganaspis pelleranoi e exemplares da família Pteromalidae. Um ano após a última liberação, 44 exemplares do parasitoide exótico foram obtidos, mostrando estabelecimento nas áreas estudadas.

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Biografia do Autor

Jakeline Maria dos Santos, Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL

Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Alagoas (2010), Mestre em Agronomia (Área de concentração em Proteção de Plantas) (2012) e Doutora em Proteção de Plantas (Área de concentração em Entomologia) (2015) na referida instituição. Atua em controle biológico de insetos-praga e levantamento de moscas-das-frutas e seus parasitoides. Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/3544536932727932

Sônia Maria Forti Broglio, Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL

Engenheira Agrônoma, Mestre e Doutora em Entomologia. Área de concentração: Entomologia Agrícola. Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/0573377166905359

Júlio Marcos Melges Walder, Center of Nuclear Energy in Agriculture, Piracicaba, SP

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência e Doutor em Agronomia. Área de concentração: Agronomia. Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/7453552794421471

Djison Silvestre dos Santos, Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia e Doutorando em Proteção de Plantas. Área de concentração: Entomologia Agrícola. Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/5267561791555271

Thiago Ramos Silva, Center of Agricultural Sciences, Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, AL

Graduando em Agronomia. Área de concentração: Entomologia Agrícola. Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/2788491165939642

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Publicado

13-09-2016

Edição

Seção

Agronomia