TOXICIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NO MELOEIRO SOBRE PRIMEIRO INSTAR DE Chrysoperla genanigra FREITAS (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE)
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252017v30n314rcPalavras-chave:
Crisopídeo. Predador. Cucurbitácea. MIP.Resumo
O Brasil é um dos maiores produtores de melão (Cucumis melo L.), tendo os estados do Rio Grande do Norte e Ceará os maiores representantes (99% das exportações), com enorme relevância do ponto de vista socioeconômico para a região nordeste. No entanto, a cultura é acometida por insetos-praga, razão pela qual grandes quantidades de agrotóxicos são necessárias os quais afetam sobremaneira organismos benéficos como os crisopídeos. O bioensaio avaliou a toxicidade de nove inseticidas utilizados comercialmente na cultura do meloeiro, aplicados sobre primeiro instar larval de Chrysoperla genanigra, avaliando, inclusive, efeitos subletais, categorizando os inseticidas em classes de toxicidade preconizadas pela IOBC. Foram utilizadas larvas com até 24h de idade, oriundas de criação massal. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, composto por dez tratamentos: clotianidina, pimetrozina, lambda-cialotrina, clorantraniliprole, indoxacarbe, piriproxifem, beta-ciflutrina + imidaclopride, imidaclopride, beta-cipermetrina e a testemunha constituída de água destilada. Cada tratamento consistiu na exposição de trinta larvas aos resíduos secos de cada produto em placas de Petri, realizando-se avaliações de mortalidade, duração de instares, razão sexual, fecundidade, bem como a viabilidade dos ovos produzidos pelos adultos provenientes dos insetos testados. Pelo cálculo do efeito total, os produtos foram enquadrados em classes de toxicidade: clotianidina, pimetrozina, indoxacarbe, lambda-cialotrina, beta-ciflutrina + imidaclopride, imidaclopride, beta-cipermetrina e piriproxifem como nocivos (Classe 4) e, lorantraniliprole como o único produto inócuo (Classe 1) à fase testada, sendo este o único com base neste trabalho recomendado para uso em programas de MIP no melão.Downloads
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