INTERAÇÃO MICROBIANA NO DESENVOLVIMENTO DA BIOMASSA DE GLIRICÍDIA
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252018v31n309rcPalavras-chave:
Fabaceae. Fungo micorrízico arbuscular. Fixação biológica do nitrogênio. Endofítico.Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a interação de micro-organismos no desenvolvimento da gliricídia. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente aleatorizado composto por seis tratamentos (controle; inoculante microbiano nativo e quatro isolados fúngicos micorrízicos arbusculares: UFLA05 - Gigaspora albida, UFLA351 - Rhizoglomus clarum, UFLA372 - Claroideoglomus etunicatum e UFLA401 - Acaulospora morrowiae), com quatro repetições. Os parâmetros avaliados foram: altura da planta, número de ramos, massa da matéria seca da parte aérea e da raiz, comprimento e volume de raiz, teor de fósforo foliar, colonização micorrízica, número de esporos de fungos micorrízicos arbusculares, número de nódulos de bactérias fixadoras de nitrogênio, presença de fungos endofíticos “dark septate”, após 95 dias da inoculação. A elevada colonização micorrízica da gliricídia não garante incremento da biomassa, a depender da interação de fungos micorrízicos arbusculares, de fungos endofíticos “dark septate”, de bactérias fixadoras do nitrogênio e de bactérias endofíticas. A gliricídia foi responsiva à inoculação da microbiota nativa, UFLA372 e UFLA401. A colonização micorrízica por UFLA401 foi influenciada pela presença de bactérias fixadoras do nitrogênio. A gliricídia não foi responsiva à inoculação de UFLA05 e UFLA351. A ocorrência de fungos endofíticos “dark septate” não inibiu a micorrização e a formação de nódulos de bactérias fixadoras do nitrogênio, em gliricídia.Downloads
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