IMPACTO DE DIFERENTES TÉCNICAS DE REVEGETAÇÃO NOS ATRIBUTOS DO SOLO E DAS PLANTAS EM UMA ZONA RIPÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252020v33n117rcPalavras-chave:
Bioma cerrado. Mata ciliar. Vegetação ripícola.Resumo
Em 2014, o planalto da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP), Brasil, mantinha apenas 39,5% da sua cobertura vegetal nativa, em sua maioria, localizada em zonas ripárias, em geral, degradadas, em áreas de reserva legal ou em regiões sem aptidão agropecuária. Devido a carência de resultados práticos na região, de modo que os agropecuaristas pudessem embasar os projetos de recuperação de áreas degradadas, objetivou-se nesse trabalho determinar o resultado a longo prazo de três técnicas de revegetação implantados em uma zona ripária e suas contribuições sobre atributos do solo e parâmetros vegetativos, numa microbacia do município de Campo Verde, localizada na BAP. Verificou-se que, em apenas sete anos, a técnica de distribuição a lanço de uma mistura de sementes rica em espécies de plantas fixadoras de nitrogênio, com areia lavada e estopa de algodão compostada, seguida da incorporação com gradagem leve favoreceu um rápido estabelecimento das plantas. Nesse caso, o número de espécies e a diversidade florística se aproximaram aos do Cerradão Tropical, testemunha. Na técnica em que ocorreu a dominância de Brachiaria brizantha, o valor médio de estocagem de carbono total no solo (ECOT) foi significativamente maior, inferindo que zonas ripárias com maior ECOT não indicam maior diversidade de plantas. Portanto, a competição provocada pela B. brizantha pode afetar a diversidade ecológica nas áreas em processo de sucessão ecológica.
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