SORÇÃO DO INDAZIFLAM EM SOLOS DO BRASIL COM DIFERENTES VALORES DE pH
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252021v34n301rcPalavras-chave:
Herbicida no solo. Impacto ambiental. Bioensaio. CLAE.Resumo
Herbicidas aplicados em pré-emergência, como o indaziflam, têm eficiência agronômica quando disponíveis na solução do solo, principalmente na camada superficial (0-10 cm), região de maior concentração do banco de sementes das plantas daninhas. Contudo, as informações acerca da sorção do indaziflam em solos brasileiros ainda são escassas, pois a maioria dos estudos disponíveis na literatura foram conduzidos em solos de regiões temperadas. O objetivo desse estudo foi estimar a sorção do indaziflam, utilizando a técnica da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e do bioensaio em um Latossolo Vermelho-Amarelo e Cambissolo nos valores de pH 5,1 e 6,1. No ensaio biológico foi utilizado o Sorghum bicolor como planta indicadora. Os dados quantitativos do indaziflam foram obtidos por CLAE e os coeficientes de sorção e dessorção foram determinados em solos utilizando as isotermas de Freundlich. A elevação do valor de pH dos dois solos de 5,1 para 6,1, proporcionou diminuição da C50 e dos valores do coeficiente de sorção. A dessorção, parâmetro estimado apenas pela CLAE, apresentou comportamento inverso ao da sorção, ou seja, na condição de maior sorção foi observada a menor dessorção. A elevação do pH dos solos estudados diminui a sorção do indaziflam, influenciando as recomendações desse herbicida, tanto do ponto de vista agronômico quanto ambiental. Quando se pretende verificar a presença ou ausência do indaziflam no solo a técnica do bioensaio possui eficiência satisfatória. Na quantificação da concentração desse herbicida no solo é necessária à realização do ensaio cromatográfico.
Downloads
Referências
ALONSO, D. G. et al. Sorption - desorption of indaziflam in selected agricultural soils. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 59: 13096-13101, 2011.
ALONSO, D. G. et al. Changes in sorption of indaziflam and three transformation products in soil with aging. Geoderma, 239: 250-256, 2015.
ALONSO, D. G. et al. Sorption and desorption of indaziflam degradates in several agricultural soils. Scientia Agricola, 73: 169-176, 2016.
BRABHAM, C. et al. Indaziflam herbicidal action: a potent cellulose biosynthesis inhibitor. Plant Physiology, 166: 1177-1185, 2014.
BARCELLOS JÚNIOR, L. H. et al. Influence of Organic Matter in Sorption of the Saflufenacil in Ferralsols. Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology, s/v: 1-6, 2020.
BRAGA, R. R. Sorção de indaziflam e isoxaflutole em solos tropicais. 2017. 45 p. Tese (Doutorado em Fitotecnia: Área de concentração em produção vegetal). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2017.
BRAGA, R. R. et al. Selection of vegetable indicators of indaziflam residues in soil. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, 15: e7737, 2020.
BROSNAN, J. T. et al. Pre and Post control of annual bluegrass (Poa annua) with indaziflam. Weed Technology, 26: 48-53, 2012.
CÁCERES, L. et al. Metsulfuron-methyl sorption/desorption behavior on volcanic ash-derived soils. Effect of phosphate and pH. J. Agric. Food Chemistry, 58: 6864-6869, 2010.
CALDERON, M. J. et al. Herbicidemonitoring in soil, runoff waters and sediments in an olive orchard. Science of the Total Environment, 569: 416-422, 2016.
CARLES, L.; JOLY, M.; JOLY, P. Mesotrione herbicide: efficiency, effects and fate in the environment after 15 years of agricultural use. CLEAN–Soil, Air, Water, 45: 1-8, 2017.
FAOSTAT – Food and Agriculture Organization of the United Nations. Pesticides Use. Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data/RP>. Acesso em: 20 jan. 2021.
GREY, T. L. et al. High-Density plantings of olive trees are tolerant to repeated applications of indaziflam. Weed Science, 64: 766–771, 2016.
GUERRA, N. et al. Aminocyclopyrachlor e indaziflam: Seletividade, controle e comportamento no ambiente. Revista Brasileira de Herbicidas, 12: 285-295, 2013.
HARO, N. K. et al. Remoção de bisfenol-a por adsorção. 2013, 119p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química: Área de Fenômenos de Transporte e Operações Unitárias) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Manual de testes para avaliação da ecotoxicidade de agentes químicos. Teste para avaliação da mobilidade, Brasília, DF: IBAMA, 1990. 230 p.
INOUE, M. H. et al. Critérios para avaliação do potencial de lixiviação de herbicidas comercializados no estado do Paraná. Planta Daninha, 21: 313-323, 2003.
INOUE, M. H. et al. Potencial de lixiviação de imazapic e isoxaflutole em colunas de solo. Planta Daninha, 25: 547-555, 2007.
INOUE, M.H. et al. Potencial de lixiviação de herbicidas utilizados na cana-de-açúcar em solos contrastantes. Bioscience Journal, 30: 659-665, 2014.
JEFFRIES M. D.; GANNON, T. W. Soil Organic Matter Content and Volumetric Water Content Affect Indaziflam–Soil Bioavailability. Weed Science, 64: 757–765, 2016.
JHALA, A. J.; RAMIREZ, A. H. M.; SINGH, M. Leaching of indaziflam applied at two rates under different rainfall situations in Florida dandler soil. Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology, 88: 326-332, 2012.
KAAPRO, J.; HALL, J. Indaziflam, a new herbicide for pre-emergent control of weeds in turf, forestry, industrial vegetation and ornamentals. Pakistan Journal Weed Science Research, 18: 267-270, 2012.
KHAN, M. A., BROWN, C. D. Influence of commercial formulation on the sorption and leaching behaviour of propyzamide in soil. Science of the Total Environment, 578: 158-166, 2017.
LIU, Y. et al. Adsorption and desorption behavior of herbicide diuron on various Chinese cultivated soils. Journal Hazardous Materials, 178: 462-468, 2010.
MELO, C. A. D. et al. Lixiviação de sulfentrazone, isoxaflutole e oxyfluorfen no perfil de três solos. Planta Daninha, 28: 385-392, 2010.
PERUCHI, L. M., FOSTIER, A. H., RATH, S. Sorption of norfloxacin in soils: analytical method, kinetics and Freundlich isotherms. Chemosphere, 119: 310-317, 2015.
REFATTI, J. P. et al. Efeito da calagem na lixiviação de imazethapyr e imazapyr em solo de cultivo de arroz irrigado. Ciência Rural, 44: 1008-1014, 2014.
RAMÍREZ, A. C. R. et al. Development and validation of a solid-liquid extraction with low temperature partitioning (SLE/LTP) method for determination of the herbicide indaziflam in brazilian soils by high performance liquid chromatography (HPLC-UV/Vis). Journal of Experimental Agriculture International, 21: 1-8, 2018.
SBCPD - SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina, PR: S.B.C.P.D., 42 p. 1995.
SCURSONI, J. A. et al. Impact of Imazamox and Imazapyr Carryover on Wheat, Barley, and Oat. Weed Technology, 31: 838-846, 2017.
SILVA, L. O. C. et al. Mobilidade do ametryn em Latossolos brasileiros. Planta Daninha, 30: 883-890, 2012.
SILVA, A. A. et al. Métodos de controle de plantas daninhas. In: SILVA, A. A.; SILVA, J. F. (Eds.). Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2013a. cap. 2, p. 63-81.
SILVA, A. A.; VIVIAN, R.; OLIVEIRA JR., R. S. Herbicidas: Comportamento no solo. In: SILVA, A. A.; SILVA, J. F. (Eds.). Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2013b. cap. 3, p. 189-248.
SILVA, G. R. et al. Sorption of fomesafen in Brazilian soils. Planta Daninha, 31: 971-977, 2013b.
SOUZA, W. M. Influência dos atributos do solo na sorção e lixiviação do indaziflam em solos tropicais. 2018. 76 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de Concentração Produção Vegetal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2018.
VIEIRA, E. M. et al. Estudo da adsorção/dessorção do ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4 D) em solo na ausência e presença de matéria orgânica. Química Nova, 22: 305-308, 1999.
U.S. EPA. Pesticide fact sheet. Registration sheet of indaziflam. 2010, 108 p. Disponível em <https://www3.epa.gov/pesticides/chem_search/reg_actions/registration/fs_PC-080818_26-Jul-10.pdf> Acesso em: 29 mar. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).