DOSES DE NITROGÊNIO NO CRESCIMENTO, PRODUTIVIDADE E TEOR FOLIAR DE NITRATO DA RÚCULA
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252021v34n214rcPalavras-chave:
Eruca sativa Mill. Hortaliça folhosa. Nitrato. Qualidade.Resumo
O nitrogênio (N) é o segundo nutriente com maior demanda pela rúcula. No entanto, o efeito positivo que ele tem sobre o rendimento pode afetar negativamente a qualidade desse vegetal, com efeitos negativos para saúde humana. Essa resposta da planta depende da cultivar, do ambiente de cultivo e do manejo da colheita, cuja interação não é clara na literatura. Dois experimentos em campo (verão e outono), estabelecidos em delineamento de blocos casualizados com quatro repetições, foram realizados com o objetivo de avaliar o efeito das doses de N (0, 50, 100, 150, 200 e 250 kg ha-1) no crescimento, produção e qualidade da rúcula. As doses crescentes de N refletiram positivamente no teor de N nas folhas e, portanto, foram obtidos valores mais elevados e desejáveis de altura, número de folhas, área foliar e massa seca das plantas em ambas as épocas de cultivo. Consequentemente, foi observado aumento significativo da produtividade, o qual foi maximizado no verão (4,9 kg m-2) e no outono (2,6 kg m-2) e N foliar de 29,4 e 27,0 g kg-1, respectivamente, nas doses de 250 e 213 kg ha-1 e ambas épocas de cultivo. Quanto maior a dose, maior o teor de nitrato foliar da rúcula, no verão (2931,3 mg kg-1) e outono (4218,4 mg kg-1). Nas duas estações, quanto maior a dose, maior o teor de nitrato, contudo, nas duas safras não atingiu o nível de risco para a saúde humana.
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