O lugar da travesti é onde ela quiser: a realidade das travestis no ambiente acadêmico Norte-Rio-Grandense

Resumo

As pessoas resistem em compreender que há travestis universitárias, e que o ensino superior é um lugar que estas, por direito, podem e devem estar presentes. As trajetórias de vida das travestis, de maneira geral, são marcadas por espaços de exclusão, assujeitamento e violência, fruto de uma realidade sociocultural transfóbica, cisgênera e machista. Durante muito tempo existiu uma enorme barreira que impossibilitava o ingresso das travestis no ambiente acadêmico. Atualmente ainda existe, mas esta não é mais impermeável. A pesquisa em tela, que está em andamento, almeja compreender como se dá a vivência acadêmica das travestis na realidade do ensino superior do Rio Grande do Norte. Em uma perspectiva etnográfica, realizamos conversas semiestruturadas com duas travestis universitárias, que relataram um pouco de suas trajetórias enquanto alunas do ensino superior público. É notório o crescimento do número das travestis cursando uma graduação no estado, ocupar este espaço é sobretudo resistir e impor-se a uma sociedade opressora que as colocam à margem e renega direitos fundamentais, como o da educação.