POR UMA EPISTEMOLOGIA DA CRIATIVIDADE LIBERTADORA: ENTRE ATUALIDADE BRASILEIRA E PRÁTICA DA LIBERDADE

Autores

  • Agostinho da Silva Rosas Centro Paulo Freire Estudos e Pesquisas

Resumo

Este artigo discute a compreensão de criatividade em duas obras de Paulo Freire, Educação e atualidade brasileira (1959) e Educação como prática da liberdade (1967). Ambas as obras fazem parte dos escritos iniciais que o autor elaborou e que registram elementos da epistemologia da educação libertadora. Parte do pressuposto que pensar criatividade em educação popular, maneira como Paulo Freire orientou sua produção, exige outra compreensão de criatividade que aquela assinalada nos argumentos das práticas pedagógicas em educação tradicional. Criatividade libertadora, situada nos quefazeres que deram sustentação teórico-filosófica aos Círculos de Cultura, de Recife-PE a Angicos-RN, emerge atribuindo originalidade à dialeticidade da educação problematizadora, condição fundamental aos que pensam e atuam no contexto da educação popular. Como parte da tese de que a educação popular pressupõe criatividade libertadora, este artigo transita com as conotações de características de sociedade e situação de Ser humano delimitadas em Educação e atualidade brasileira, bem como as conotações de pluralidade, criticidade, transcendência, consequência e temporalidade que orientaram a criação de Educação como prática da liberdade. Como condição da leitura crítica da obra de Paulo Freire pode-se afirmar que tanto a escrita quanto às ideias inscritas na produção por ele elaborada são expressões da ação criativa de sujeito assumidamente revolucionário que demonstram elementos de uma epistemologia de criatividade condicionada pelos argumentos da educação libertadora.

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Biografia do Autor

Agostinho da Silva Rosas, Centro Paulo Freire Estudos e Pesquisas

Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (PPGE-UFPB). Presidente do Centro Paulo Freire-Estudos e Pesquisas. Docente na Universidade de Pernambuco (ESEF-UPE).

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Publicado

2013-04-01