Produtos à base de bactérias sobre o crescimento in vitro de Macrophomina phaseolina
Palavras-chave:
Antagonismo bacteriano, Patógeno habitante do solo, Controle alternativoResumo
O Rio Grande do Norte é um dos principais estados produtores de melão (Cucumis melo L.) do Brasil. No ano de 2022 foram colhidas cerca de 442.107 toneladas do fruto no estado, com um valor de produção totalizando R$ 534,791 milhões (IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2023). Mesmo diante de alta produção, a cultura enfrenta diversos problemas, incluindo os ocasionados por patógenos habitantes do solo (PHS). Macrophomina phaseolina (Tassi) Goid. é um dos PHS que mais preocupa os produtores de melão no estado. É um fungo que causa podridão radicular e infecta mais de 700 espécies de plantas em todo o mundo, produz microescleródios, que são estruturas de resistência que permitem sua sobrevivência por muitos anos no solo, dificultando o manejo do patógeno (Lakhran, et al. J. Pharmacogn. Phytochem. v. 7, p. 3314–3317. 2018). O uso de microrganismos e seus metabólitos com ação antagônica em culturas comerciais, evidencia a possibilidade de uso para o manejo de M. phaseolina, portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de produtos à base de bactérias do gênero Bacillus, no manejo do referido fungo. Os tratamentos foram: Produto 1 (B. subtilis BV-09); Produto 2 (B. subtilis); e Produto 3 (B. subtilis e B. licheniformis), em três doses de cada produto, sendo elas: Produto 1: (1,25; 2,5 e 7,5 mL/L); Produto 2: (3; 5 e 7 g/L); Produto 3: (3; 5 e 7 g/L), e Controle: sem produto. Foi utilizando o delineamento experimental inteiramente casualizado, totalizando 10 tratamentos, e cinco repetições. Os produtos foram adicionados em meio BDA (Batata Dextrose-Ágar), na temperatura de, aproximadamente, 50°C, e vertidos em placas de Petri. Em seguida, discos contendo estruturas do fungo foram inseridos no centro de cada placa, e mantidos em incubadora do tipo BOD (Demanda Bioquímica de Oxigênio). A avaliação foi realizada através da medição do crescimento radial do micélio, e determinando a Porcentagem de Inibição do Crescimento (% PIC) (Nascimento et al. Revista Agro@mbienteOn-line, v.10, p. 50-56, 2018). Para as análises estatísticas foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis devido os dados não atenderem ao pressuposto de normalidade. Os tratamentos com os produtos à base de Bacillus apresentaram variação na eficácia de cada produto, de acordo com a dosagem. O Produto 1 apresentou a sua melhor resposta em 2,5 mL/ L, reduzindo o crescimento em 87,75 %. O Produto 2, na dose de 5 g/L inibiu o crescimento de M. phaseolina em 70,62 %. Por outro lado, o Produto 3 teve sua melhor resposta com 7 g/L, inibindo o crescimento do patógeno em 71,31%. Com base nesse estudo, pode-se inferir que os produtos testados, à base de Bacillus, são eficientes no controle de M. phaseolina in vitro.