Perfil zoosanitário dos rebanhos caprinos e ovinos em três mesorregiões do estado do Maranhão, Brasil

Autores

  • Whaubtyfran Cabral Teixeira Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Hamilton Pereira Santos Curso de Medicina Veterinária, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, MA
  • Jean Carlos Ramos da Silva Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Huber Rizzo Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Maria Fernanda Vianna Marvulo Faculdade Max Planck, Curso de Medicina Veterinária, Indaiatuba, SP
  • Roberto Soares de Castro Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.21708/avb.2015.9.1.4438

Resumo

Objetivou-se com o presente estudo caracterizar o manejo zoosanitário e descrever as características da caprinovinocultura nas três principais mesorregiões produtoras de caprinos e ovinos do Estado do Maranhão, Brasil. Foram visitados 30 criatórios de caprinos, 31 de ovinos e 52 mistos, localizados em 23 municípios das mesorregiões Centro, Leste e Norte Maranhense. Aplicou-se questionário investigativo em cada propriedade abordando dados sobre o proprietário, propriedade, rebanho e os sistemas de manejos higiênico-sanitário, nutricional e reprodutivo. O número total de animais nesses rebanhos foi de 3.405 caprinos e 2.971 ovinos. Para a formação dos rebanhos base foram utilizados animais oriundos dos Estados do Piauí, Pernambuco, Ceará, Bahia e Paraíba. O principal sistema de criação adotado é o semi-extensivo, onde os animais permanecem soltos no pasto durante o dia e são recolhidos ao final da tarde, tanto nas criações de caprinos (93,9%) quanto nas de ovinos (92,8%). Quanto ao tipo de aprisco utilizado o ripado (52,4% e 41,0%) e o chão batido (36,6% e 44,6%) foram os que apresentaram as maiores frequências. As práticas sanitárias adotadas com maior freqüência foram limpeza das instalações, desinfecção do aprisco, corte e desinfecção do cordão umbilical do recém-nascido, casqueamento, enterro dos cadáveres e separação de animais doentes. Alterações clínicas mais citadas que acometem os animais dos rebanhos caprinos e ovinos, respectivamente, foram verminose (97,6% e 95,2%), linfadenite caseosa (84,1% e 79,5), miíase (79,3% e 73,5), aborto (73,3% e 67,5), pododermatite (70,7% e 68,7%), ectoparasitose (57,3% e 47,0%), mastite (50,0% e 42,2%), artrite (39,0% e 30,1%), ectima contagioso (37,8% e 43,5%), ceratoconjuntivite (35,4% e 39,8%), pneumonia (29,3% e 22,9%), diarréia (23,2% e 19,3%) e alterações nervosas (8,5% e 7,2%). Foi verificado um percentual elevado dos rebanhos caprinos (65,8%) e ovinos (69,9%) de propriedades que têm problemas com mortalidade, chegando a atingir até 10% em cada rebanho. A vacinação foi adotada em 58,5% e 61,4% dos rebanhos caprinos e ovinos, respectivamente, enquanto que a desveminação foi à prática mais adotada para o controle de verminoses por 92,7% e 95,2% dos criadores de caprinos e ovinos, respectivamente. Conclui-se que o manejo sanitário, adotado nas propriedades de caprinos e ovinos nas mesorregiões Centro, Leste e Norte Maranhense, é deficiente, apresentando sérios problemas que podem estar interferindo no desempenho dos rebanhos, necessitando de adequações visando à maximização da produtividade e redução de custos.

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Biografia do Autor

Whaubtyfran Cabral Teixeira, Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco

Pós-graduando do Programa Ciência Animal, Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE, Recife, PE

Hamilton Pereira Santos, Curso de Medicina Veterinária, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, MA

Departamento de Patologia, Curso de Medicina Veterinária – UEMA, São Luís, MA

Jean Carlos Ramos da Silva, Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE (1993), Mestrado (1997) e Doutorado (2001) em Medicina Veterinária - área de concentração Epidemiologia Experimental Aplicada Às Zoonoses pelo Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS), FMVZ/USP. Fez estágio como Bolsa Sanduíche de Doutorado no United States Department of Agriculture (USDA), Beltsville, MA, Estados Unidos da América sob orientação do Dr. Jitender P. Dubey (2001). Atualmente é Professor Associado I do Departamento de Medicina Veterinária (DMV) da UFRPE, Orientador de Doutorado e Mestrado pela UFRPE, responsável pela Gestão de Projetos do Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação Tríade, membro do Comitê Assessor da Sessão Latino-Americana da Wildlife Disease Association (WDA) e Pós-Doutor pelo VPS-FMVZ/USP. É um dos editores do Livro Tratado de Animais Selvagens: Medicina Veterinária (Editora Roca). Possui experiência na área de Medicina Veterinária Preventiva, com ênfase em Epidemiologia, Saúde Pública e Medicina da Conservação, atuando principalmente nos seguintes temas: animais silvestres, saúde ecológica, biodiversidade e saúde, "one health", zoonoses e Educação em Saúde

Huber Rizzo, Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco

Professor disciplina de Clínica Médica dos Ruminantes do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE

Maria Fernanda Vianna Marvulo, Faculdade Max Planck, Curso de Medicina Veterinária, Indaiatuba, SP

Docente da Faculdade Max Planck, Curso de Medicina Veterinária, Indaiatuba, SP

Roberto Soares de Castro, Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco

Professor da Disciplina de Virologia do Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco

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Publicado

2015-04-01

Edição

Seção

Original Articles / Artigos de Pesquisa

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