Parâmetros genéticos em subacessos de melão da agricultura tradicional
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n209rcPalavras-chave:
Cucumis melo. Diversidade. Herdabilidade. Ganho genético.Resumo
A agricultura familiar possui uma grande diversidade de germoplasma de melão, constituindo-se em uma importante fonte de alelos para uso em programas de melhoramento. Assim, o presente estudo objetivou estimar parâmetros genéticos e selecionar genótipos de uma população de subacessos de melão da agricultura familiar pertencentes a diferentes variedades botânicas, com base em caracteres morfológicos. Foram realizados dois experimentos (2019 e 2020), utilizando 27 subacessos de melão (geração S2) provenientes da agricultura familiar e uma variedade comercial, em Delineamento em Blocos Casualizados (DBC) com três repetições e cinco plantas por parcela. Para avaliação foram utilizados nove descritores quantitativos. Inicialmente testou-se as pressuposições da ANOVA e, em seguida, realizou-se a análise de variância individual e a análise conjunta. Com isso, constatou-se diferença significativa entre os subacessos para todos os descritores avaliados, com herdabilidades superiores a 83% e iteração G x A significativa para 88,8% das características avaliadas. Assim, percebeu-se a existência de variabilidade genética entre os subacessos, com predominância dos efeitos genéticos sobre os ambientais, sendo possível obter ganhos genéticos para o melhoramento de várias características de interesse agronômico. Indica-se os subacessos BGMEL66.0, BGMEL111.0 e BGMEL112.0 para serem inseridos em programas de melhoramento visando obter frutos pequenos, com uma boa prolificidade e elevado teor de sólidos solúveis. Já os subacessos BGMEL (108.3 e 108.5) podem fornecer progênies de elevada prolificidade e os subacessos da variedade momordica podem ser utilizados para extração de progênies que visem diminuir o ciclo da cultura e aumentar o tamanho do fruto.
Downloads
Referências
AGRITEMPO. Sistema de monitoramento agrometeorológico. Disponível em: <http://www.agritempo.gov.br/agritempo/jsp/Estatisticas/index.jsp?siglaUF=BA>. Acesso em: 23 fev. 2021.
AMORIM, C. C. et al. Morphological diversity and identification of accessions of melon. African Journal of Agricultural Research, 11: 3622-3632, 2016.
ANDRADE, C. A. et al. Morphoagronomic genetic diversity of Brazilian melon accessions based on fruit traits. Scientia Horticulturae, 243: 514-523, 2019.
ARAGÃO, F. A. S. et al. Genetic divergence among accessions of melon from traditional agriculture of the Brazilian Northeast. Genetics and Molecular Research, 12: 6356-6371, 2013.
ARAGÃO, F. A. S.; NUNES, G. H. S.; QUEIRÓZ, M. A. Genotype x environment interaction of melon families based on fruit quality traits. Crop Breeding and Applied Biotechnology, 15: 79-86, 2015.
BORÉM, A.; MIRANDA, G.V.; FRITSCHE-NETO, R. Melhoramento de plantas. 7ª. ed. Viçosa, MG: UFV, 2017. 543p.
CRUZ, C. D.; REGAZI, A. J.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos Aplicados ao Melhoramento Genético. 4. ed. Viçosa, MG: UFV, 2012. 514 p.
CRUZ, C. D. Genes: a software package for analysis in experimental statistics and quantitative genetics. Acta Scientiarum. Agronomy, 35: 271-276, 2013.
CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P. C. S; REGAZI, A. J. Modelos biométricos Aplicados ao Melhoramento Genético. 3 ed. Viçosa, MG: UFV, 2014. 668 p.
DANTAS, A. C. et al. Caracterização molecular de acessos de melão coletados no Nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Fruticultura, 34, 183-189, 2012.
FERREIRA, M. G. et al. Parâmetros genéticos, dissimilaridade e desempenho per se em acessos de abóbora. Horticultura Brasileira, 34: 537-546, 2016.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2020. Produção agrícola municipal. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1612>. Acesso em: 25 jul. 2022.
IPGRI – International Plant Genetic Resources Institute. Descriptors for melon (Cucumis melo L.). Rome: International Plant Genetic Resources Institute, 2003. 65 p.
MACÊDO, S. S. et al. Botanical identification and genetic diversity in melons from family farming in the state of Maranhão. Revista Caatinga, 30: 602-613, 2017.
PITRAT, M.; HANELT. P.; HAMMER, K. Some comments on interspecific classification of cultivars of melon. Acta Horticulturae, 510: 29-36, 2000.
PITRAT, M. Phenotypic diversity in wild and cultivated melons (Cucumis melo). Plant Biotechnology, 30: 273-278, 2013.
QUEIRÓZ, M. A.; BARBIERI, R. L.; SILVA, R. A. M. Ocorrência de variabilidade genética em plantas exóticas no Brasil. In: VEIGA, R. F. A.; QUEIRÓZ, M. A. (Eds.). Recursos Fitogenéticos: A base da agricultura sustentável no Brasil. 1 ed. Brasília, DF: Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos, 2015. cap. 11, p. 135-147.
TRIMECH, R. et al. Genetic variation in Tunisian melon (Cucumismelo L.) germplasm as assessed by morphological traits. Genetic Resources and Crop Evolution, 60: 1621-1628, 2013.
VALADARES, R. N. et al. Estimativas de parâmetros genéticos e correlações em acessos de melão do grupo momordica. Horticultura Brasileira, 35: 557-563, 2017.
YILDIZ, M.; AKGUL, N.; SENSOY, S. Morphological and Molecular Characterization of Turkish Landraces of Cucumis melo L. Notulae Botanicae Horti Agrobotanici, 42: 51-58, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).