Valor agregado e rentabilidade na produção irrigada em aquífero aluvial: cenários de financiamento
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n316rcPalavras-chave:
Agricultura familiar. Custos de produção. Pronaf. Monocultivo. Policultivo.Resumo
O semiárido brasileiro é um espaço sob altíssimos níveis de desigualdade econômica e social. Dessa forma, o estudo objetivou analisar os sistemas de produção irrigados de base familiar em aquífero aluvial, considerando cenários com e sem financiamento do Pronaf Mais Alimento e associados a um nível de reprodução social no semiárido brasileiro. Por meio de questionários estruturados, realizou-se um levantamento minucioso de informações de sistemas de produção irrigados de base familiar em monocultivo e policultivo representativos das condições locais, permitindo analisar o valor agregado e a renda do agricultor para as condições com e sem financiamento na linha de crédito do Pronaf Mais Alimento. Os sistemas de produção irrigados de base familiar no semiárido sofrem forte limitação quanto à sua sustentabilidade econômica e social em um cenário sem o apoio do crédito rural. O sistema de produção em policultivo representa uma alternativa produtiva economicamente eficiente quando associado ao cenário do financiamento. O nível de reprodução social para os sistemas de produção com financiamento, tendo em vista a sustentabilidade econômica, é possível de se obter com áreas de cultivo que representam menos da metade em relação aos sistemas sem financiamento. Vale ressaltar que cada sistema de produção possui peculiaridades exclusivas, logo, esse estudo não pode ser generalizado, mas a estratégia de cálculo pode ser aplicada e adaptada em outras propriedades e regiões.
Downloads
Referências
AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W. Water quality for agriculture: FAO Irrigation and Drainage Paper 29. Revision 1. 1994. Disponível em: <http://www.fao.org/3/T0234E/T0234E00.htm#TOC>. Acesso em: 12 jul. 2019.
BELIK, W. O financiamento da agropecuária brasileira no período recente. In: CALIXTRE, A. B.; BIANCARELLI, A. M.; CINTRA, M. A. M. (Eds.). Presente e futuro do desenvolvimento brasileiro. Brasília: IPEA, 2014. v. 1, cap. 9, p. 329-374.
CAPELLESSO, A. J.; CAZELLA, A. A.; BÚRIGO, F. L. Evolução do Pronaf Crédito no Período 1996-2013: redimensionando o acesso pelos cadastros de pessoa física. Revista de Economia e Sociologia Rural, 56: 437-450, 2018.
CARVALHO, C. R. F. et al. Viabilidade econômica e de risco da produção de tomate no município de Cambuci/RJ, Brasil. Ciência Rural, 44: 2293-2299, 2014.
DAMASCENO, N. P.; KHAN, A. S.; LIMA, P. V. P. S. O impacto do Pronaf sobre a sustentabilidade da agricultura familiar, geração de emprego e renda no Estado do Ceará. Revisa Economia e Sociologia Rural, 49: 129-156, 2011.
FERREIRA, F. F.; NEUMANN, P. S.; HOFFMANN, R. Análise da matriz energética e econômica das culturas de arroz, soja e trigo em sistemas de produção tecnificados no Rio Grande do Sul. Ciência Rural, 44: 380-385, 2014.
GODOI, T. G.; BÚRIGO, F. L.; CAZELLA, A. A. A sustentabilidade dos financiamentos do Pronaf para a agricultura familiar. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 38: 637-661, 2016.
MOREIRA, V. S.; SILVEIRA, S. D. F. R.; MOTTER, K. Z. Avaliação de impacto do Pronaf B sobre a satisfação de agricultores familiares em municípios de Minas Gerais. Estudos Sociedade e Agricultura, 22: 432-456, 2014.
NEY, M. G; HOFFMANN, R. Educação, concentração fundiária e desigualdade de rendimentos no meio rural brasileiro. Revista de Economia e Sociologia Rural, 47: 147-181, 2009.
NHAMPOSSA, J. A. et al. Índice de sustentabilidade do Perímetro Irrigado Betume, baixo São Francisco Sergipe. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, 11: 1135-1144, 2017.
OLIVEIRA, R. A. D.; BUENO, L. R. O impacto do financiamento do Pronaf sobre indicadores agrícolas nas lavouras do Estado do Paraná: uma análise de dados em painel. Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, 24: 292-309, 2019.
PASSOS, A. T. B.; KHAN, A. S. O impacto do PRONAF sobre a sustentabilidade agrícola de agricultores familiares na microrregião do Vale do Médio Curu, no Estado do Ceará. Economia Aplicada, 23: 53-78, 2019.
PEREIRA, G. R.; CUELLAR, M. D. Z. Conflitos pela água em tempos de seca no Baixo Jaguaribe, Estado do Ceará. Estudos Avançados, 29: 115-137, 2015.
ROCHA JUNIOR, A. B. et al. Efeito da utilização de assistência técnica sobre a renda de produtores familiares do Brasil no ano de 2014. Revista de Economia e Sociologia Rural, 58: 1-16, 2020.
SALIN, T. C. et al. Caracterização de sistemas agrícolas produtivos no semiárido brasileiro como bases para um planejamento agroflorestal. Revista Caatinga, 25: 109-118, 2012.
SANTOS, R. B. N.; BRAGA, M. J. Impactos do crédito rural na Produtividade da terra e do trabalho nas regiões brasileiras. Economia Aplicada, 17: 299-324, 2013.
SARON, F. A.; HESPANHOL, A. N. O Pronaf e as políticas de desenvolvimento rural no Brasil: o desafio da (re)construção das políticas de apoio à agricultura familiar. Geo UERJ, 2: 656-683, 2012.
SCHEIBER, L. et al. Hydrochemical apportioning of irrigation groundwater sources in an alluvial aquifer. Science of The Total Environment, 744: 1-16, 2020.
SERAMIM, R. J.; ROJO, C. A. Gestão dos custos de produção da atividade leiteira na agricultura familiar. Revista Gestão & Tecnologia, 16: 244-260, 2016.
SILVA, G. D. S. et al. Desempenho agronômico de algodão orgânico e oleaginosas consorciados com palma forrageira. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 17: 975-981, 2013.
SILVA, P. C. G. et al. Caracterização do Semiárido brasileiro: fatores naturais e humanos. In: SA, I. B.; SILVA, P. C. G. (Eds.). Semiárido brasileiro: pesquisa, desenvolvimento e inovação. Petrolina, PE: Embrapa Semiárido, 2010. cap. 1, p. 18-48.
SILVA, R. M. A. et al. Características produtivas e socioambientais da agricultura familiar no Semiárido brasileiro: evidências a partir do Censo Agropecuário de 2017. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 55: 314-338, 2020.
SILVA NETO, B. Objetivos e aspectos metodológicos dos estudos municipais. In: SILVA NETO, B.; BASSO, D (Eds.). Sistemas agrários do Rio Grande do Sul: análise e recomendações políticas. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 2005. p. 159-163.
SOUZA, P. M. et al. Agricultura familiar versus agricultura não-familiar: uma análise das diferenças nos financiamentos concedidos no período de 1999 a 2009. Revista Econômica do Nordeste, 42: 105-124, 2011.
SOUZA, P. M. D. et al. Análise da Evolução do Valor dos Financiamentos do Pronaf-Crédito (1999 a 2010): número, valor médio e localização geográfica dos contratos. Revista de Economia e Sociologia Rural, 51: 237-254, 2013.
SOUZA, P. M. D.; NEY, M. G.; PONCIANO, N. J. Análise da distribuição dos financiamentos rurais entre os estabelecimentos agropecuários brasileiros. Revista de Economia e Sociologia Rural, 53: 251-270, 2015.
SUDENE - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Delimitação do Semiárido brasileiro. Portaria nº 80, de 27 de julho de 2021. Disponível em: <https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-80-de-27-de-julho-de-2021-336074336>. Acesso em: 11 nov. 2021.
VENTURA, A. C.; ANDRADE, J. C. S. Policultura no semiárido brasileiro. Field Actions Science Reports, 3: 1-10, 2011.
VIEIRA FILHO, J. E. R.; SILVEIRA, J. M. F. Modelo evolucionário de aprendizado agrícola. Revista Brasileira de Inovação, 10: 265-300, 2011.
ZIMMERMANN, C. L. Monocultura e transgenia: impactos ambientais e insegurança alimentar. Veredas do Direito, 6: 79-100, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
