Reguladores de crescimento promovem alterações no desenvolvimento e no metabolismo de plântulas de melissa cultivadas in vitro
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n214rcPalavras-chave:
Antocianinas. Clorofilas. Lamiaceae. Micropropagação.Resumo
A espécie Melissa officinalis L. conhecida como erva cidreira é uma planta aromática muito utilizada na medicina, indústria de cosméticos e farmacêutica, em função do seu óleo essencial rico em fenilpropanóides, terpenos e fenólicos. Objetivou-se com esta pesquisa avaliar a ação dos reguladores de crescimento sobre o crescimento, processos fisiológicos e bioquímicos de plantas de M. officinalis cultivadas in vitro. Sementes foram inoculadas em meio de cultura Murashige e Skoog com os reguladores benzilaminopurina - BAP e ácido 1-naftalenoacético - ANA em seis diferentes tratamentos. Ao final de 90 dias foram avaliados: crescimento da planta, índices bioquímicos e fisiológicos sendo flavonoides, antocianinas e clorofila. O balanço entre os reguladores interferiu no crescimento da melissa que foi incrementado em 0,2 mg L−1 de BAP. Neste tratamento, as plantas tiveram maior crescimento com mais folhas como também a produção de biomassa das brotações e das raízes foi maior comparada ao controle. Os reguladores de crescimento não influenciaram na assimilação de nitrogênio e na produção de flavonoides, no entanto as clorofilas totais e as antocianinas foram incrementadas com a adição de BAP na faixa de 0,2 a 0,5 mg L−1. A adição de auxinas não melhorou aspectos de produção e crescimento da raiz, mas favoreceu a formação de calos quando foi combinada com o BAP a 0,5 e 3,0 mg L−1. Portanto, concentrações acima 1,0 mg L−1 não devem ser utilizadas no cultivo in vitro da melissa.
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