Características agronômicas e qualidade de cultivares de alface em épocas de cultivo no oeste alagoano
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n112rcPalavras-chave:
Lactuca sativa. Desempenho. Pós-colheita. Semiárido. Nordeste.Resumo
A alface, quando produzida em altas temperaturas e elevada luminosidade, como as encontradas no Sertão Alagoano, é induzida ao pendoamento precoce e à baixa qualidade. Em função disso, o objetivo foi avaliar a produção e a qualidade pós-colheita de cultivares de alface em função de épocas de cultivo distintas no oeste do Estado de Alagoas. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo os tratamentos referentes às cultivares Babá-de-Verão, Cinderela, Elba, Mônica, Solaris e Veneranda. Para diâmetro de planta, o cultivo de inverno foi mais favorável, com exceção da Babá-de-Verão que manteve o desempenho semelhante nas duas épocas e destaque da cultivar no verão. O cultivo de inverno proporcionou melhor desempenho de altura de planta, diâmetro de caule e produtividade de massa verde, enquanto no verão as plantas atingiram maior número de folhas. A cultivar Mônica obteve maior comprimento do caule, indicando menor tolerância ao pendoamento precoce, não sendo indicada para o cultivo na região. A Babá-de-Verão (lisa) atingiu maior produtividade de massa verde, número de folhas por planta e diâmetro de caule, sendo a cultivar mais adequada para o cultivo no oeste de Alagoas. Dentre as crespas, destacaram-se as cultivares Elba, Solaris e Veneranda. A cultivar que apresentou melhor desempenho para clorofilas a, b e totais foi a Babá-de-Verão. A Solaris obteve maior teor de carotenoides. As plantas de inverno alcançaram maiores clorofilas a e totais, carotenoides, pH e relação sólidos solúveis totais (SS) e acidez total titulável (TA), enquanto a alface de verão obteve maior SS e TA.
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