Viabilidade econômica de um sistema silvipastoril com e sem a inclusão de crédito de carbono

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252024v3711721rc

Palavras-chave:

Sistemas agroflorestais. Eucalyptus. Capim Tanzânia. Mercado de carbono. Espaçamento.

Resumo

O trabalho analisa a viabilidade econômica de essências florestais, exóticas e nativas da caatinga, cultivadas em sistemas silvipastoris, consorciados a cultura forrageira do capim Tanzânia, comparados aos de monocultivo florestal, utilizando-se do crédito de carbono como alternativa de renda extra, visando retorno econômico na venda da madeira em pé para produção de lenha. O experimento foi conduzido na estação Experimental do Pernambuco Agricultural Research Institute (IPA), no município de Belém do São Francisco, localizado na região Semiárida do estado de Pernambuco, Microrregião de Itaparica. Foram escolhidos quatro cultivos arbóreos, sendo eles dois nativos do bioma Caatinga: o Angico (Anadenanthera colubrina var. Cebil), a Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), e dois clones exóticos de eucalipto, E. urophylla x E. tereticornis. Em relação a forrageira, foi escolhido o capim Tanzânia (Panicum maximum Jacq). Os consórcios agrícolas do capim Tanzânia, com os dois clones de eucaliptos, apresentaram-se viáveis economicamente em todos os parâmetros econômicos analisados, sendo esse o mais indicado na comercialização da madeira em pé para produção de lenha. Não é recomendável economicamente a venda da madeira em pé para produção de lenhas no sistema de monocultivo e no silvipastoril com as espécies nativas do Angico e da Aroeira aos 96 meses de idade, devido a inviabilidade econômica do sistema. Agregando a possibilidade de crédito financeiro, mediante ao carbono atmosférico sequestrado pelas árvores, é possível viabilizar economicamente todos os custos dos cultivos florestais em sistemas silvipastoris e em monocultivo.

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Publicado

21-12-2023

Edição

Seção

Artigo Científico