Produção do manjericão e composição química de óleos essenciais em função da supressão hídrica
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252025v3812415rcPalavras-chave:
Manjericão. Caracterização química. Estresse abiótico.Resumo
O manjericão produz óleos essenciais de interesse econômico, entretanto produzir essa espécie em regiões semiáridas é um desafio. O Brasil tem características edafoclimáticas variando com a região. Objetivou-se estudar o rendimento e a composição química dos óleos essenciais de Ocimum basilicum L. em território baiano em casa de vegetação, submetidos à 24, 72, 96, 120 e 144 horas sem irrigação, correspondendo ao 1°, 3°, 4°, 5° e 6° dias, a fim de avaliar a otimização da extração do óleo essencial, a produção e composição química. Dados de altura e número de folhas da espécie e condições climáticas da região foram coletados. Os óleos essenciais foram obtidos por hidrodestilação, a identificação e quantificação dos compostos químicos por GC-FID. Avaliou-se o teor de prolina, biomassa fresca e seca, teor de óleo essencial e composição química. Os tratamentos de estresse hídrico apresentaram redução entre 9,31% e 27,32% na biomassa fresca, aumento de ~50% na biomassa massa seca e houve aumento acentuado na produção de prolina como indicativo de estresse. O teor de óleo essencial foi proporcional ao tempo de irrigação, e a partir de 72h já não apresentou diferença significativa. Observou-se que o melhor teor de óleo essencial do manjericão é obtido ao terceiro dia de suspensão hídrica e a composição química dos óleos essenciais alterou de forma sutil, sendo os compostos majoritários linalol e eugenol. Recomenda-se o cultivo de manjericão em casa de vegetação com sombrite de 40% e colheita aos 62 dias após o transplantio sob suspensão hídrica de seis dias.
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