FREQUÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO DE TILÁPIAS DO NILO ALIMENTADAS COM RAÇÃO SUPLEMENTADA COM AMINOÁCIDOS

Autores

  • Eduardo Arruda Teixeira Lanna Department of Animal Science, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
  • Marcos Antonio Delmondes Bomfim Animal Science Course, Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, MA.
  • Felipe Barbosa Ribeiro Animal Science Course, Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, MA.
  • Moisés Quadros Brazilian Agricultural Research Corporation of Roraima, Boa Vista, RR.

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252016v29n223rc

Palavras-chave:

Alimentação pareada. Manejo alimentar. Oreochromis niloticus. Redução de proteína bruta.

Resumo

Objetivou-se avaliar os efeitos da frequência de alimentação em tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), utilizando rações de reduzido teor proteico (29% de proteína bruta) suplementadas com aminoácidos industriais (L-Lisina-HCl, DL–Metionina e L-Treonina). Foram utilizados 240 alevinos sexualmente invertidos, da linhagem tailandeza, com peso inicial de 0,93 ± 0,03 g, em delineamento inteiramente casualizado, composto por cinco frequências alimentares (2, 3, 4, 5 e 6 vezes/dia), seis repetições e oito peixes por unidade experimental. Os peixes foram mantidos em 30 aquários de 130 litros dotados de abastecimento de água, temperatura controlada e aeração individuais e alimentados em quantidades idênticas de ração entre os tratamentos, com valores corrigidos diariamente, durante 30 dias. Avaliaram-se os parâmetros de desempenho e eficiência alimentar, a composição corporal, a deposição de proteína e gordura corporais e a eficiência de retenção de nitrogênio dos peixes. A variação da frequência de alimentação da dieta não influenciou os parâmetros de desempenho e composição corporal. As taxas de deposição de proteína e gordura corporal e a eficiência de retenção de nitrogênio dos peixes alimentados duas vezes por dia apresentaram valores menores em relação aos alimentados cinco vezes por dia, enquanto que os demais tratamentos apresentaram valores intermediários, sem variar entre os alimentados duas e cinco vezes por dia. Concluiu-se que a frequência de alimentação mínima de alevinos de tilápias do Nilo é de três vezes por dia, quando são utilizadas rações de baixo teor proteico suplementadas com aminoácidos, por aumentar a deposição de proteína e eficiência de retenção de nitrogênio.

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Biografia do Autor

Eduardo Arruda Teixeira Lanna, Department of Animal Science, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.

Possui graduação em Licenciatura Plena Em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Viçosa (1979), graduação em Licenciatura Curta Em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Viçosa (1977), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (1993) e doutorado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000). Atualmente é professor associado III da Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Nutrição e Alimentação de organismos aquáticos, atuando principalmente nos seguintes temas: Oreochromis niloticus, tilápia do nilo, alevinos, proteína bruta e proteína ideal.

Marcos Antonio Delmondes Bomfim, Animal Science Course, Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, MA.

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual do Maranhão (1993), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2003) e doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2006). Atualmente é professor Adjunto do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Avaliação de Alimentos e Exigências Nutricionais dos Animais, atuando principalmente nos seguintes temas: exigências nutricionais, nutrição e avaliação de alimentos para animais monogástricos, com especialização em nutrição de peixes.

Felipe Barbosa Ribeiro, Animal Science Course, Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, MA.

Possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2003), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2005) e doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2009). Atualmente é Professor Adjunto do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão, e credenciado no programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (Mestrado). Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Produção e Nutrição dos Animais Monogástricos, atuando principalmente nos seguintes temas: exigências nutricionais, avaliação de alimentos e proteína ideal.

Moisés Quadros, Brazilian Agricultural Research Corporation of Roraima, Boa Vista, RR.

Possui graduação, mestrado e doutorado em Nutrição de Peixes pela Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Exigências Nutricionais dos Animais, atuando principalmente nos seguintes temas: proteína ideal, extensão universitária, nutrição de monogástricos e produção e nutrição de peixes. Atualmente é Pesquisador A na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Roraima).

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Publicado

03-05-2016

Edição

Seção

Engenharia de Pesca