TOLERÂNCIA AO FRIO DE FRUTOS DE DIFERENTES CULTIVARES DE BANANEIRAS

Autores

  • João Alison Alves Oliveira Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG
  • Luiz Carlos Chamhum Salomão Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG
  • Dalmo Lopes de Siqueira Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG
  • Paulo Roberto Cecon Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252016v29n313rc

Palavras-chave:

Musa spp. Injúria por frio. Armazenamento. Vida de prateleira.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a tolerância dos frutos de diferentes cultivares de bananeira a baixa temperatura de armazenamento. Foram utilizados frutos das bananas Nanicão (AAA), Prata (AAB), Vitória (AAAB), Maçã (AAB) e Caipira (AAA). Utilizaram-se buquês com três frutos, mantidos em câmara fria por 7, 14 e 21 dias, com temperatura média de 10,53±0,37°C e umidade relativa do ar de 85%. Posteriormente, os buquês foram transferidos para a temperatura de 22±0,39°C e avaliados por 16 dias. Os frutos dos cultivares estudados peraneceram verdes após 21 dias de armazenamento a 10,53±0,37°C. Frutos do Nanicão não completaram o amadurecimento após serem transferidos para a temperatura de 22°C, quando armazenados por 7 dias à baixa temperatura, apresentando frutos mais firmes, com casca verde, baixos teores de sólidos solúveis e acidez titulável. Após 21 dias de armazenamento refrigerado, os frutos de todos os cultivares completaram o amadurecimento, depois de transferidos para temperatura ambiente. Os danos por frio aumentaram com o avanço do tempo de armazenamento refrigerado, para todos os cultivares. Nanicão, Caipira e Maçã apresentaram sintomas mais evidentes de dano por frio. As bananas Prata e Vitória mostraram-se mais tolerantes ao armazenamento refrigerado na temperatura de 10,53°C por até 21 dias, exibindo amadurecimento normal após a transferência para a temperatura de 22°C.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Alison Alves Oliveira, Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

É Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual de Montes Claros (2012). É mestre em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa (2014). Atualmente é doutorando em Fitotecnia, pela mesma instituição.Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fruticultura. Atuando principalmente nos seguintes temas: Fisiologia pós-colheita de frutas, manejo de fruteiras (manga, banana, anonáceas) e melhoramento genético de fruteiras

Luiz Carlos Chamhum Salomão, Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Possui graduação em Agronomia (1984), mestrado em Fitotecnia (Produção Vegetal) (1987) e doutorado em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) (1994) pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente, é Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa e atua como orientador do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia (Produção Vegetal). Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Fisiologia e manejo Pós-Colheita de frutos, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de crescimento, qualidade do fruto, embalagens e revestimentos comestíveis, atmosfera modificada, indução e inibição do amadurecimento e controle de doenças com produtos alternativos aos agrotóxicos. Também atua na área de técnicas culturais em Musa spp., Mangifera indica e outras fruteiras

Dalmo Lopes de Siqueira, Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (1981), mestrado em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras (1985) e doutorado em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa (1993). Atualmente é professor associado IV da Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Manejo e Tratos Culturais, atuando principalmente nas seguintes áreas: citricultura e mangicultura.

Paulo Roberto Cecon, Department of Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (1979), mestrado em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal de Viçosa (1983) e doutorado em Estatística pela Universidade de São Paulo (1992). Atualmente é professor Titular da Universidade Federal de Viçosa - MG, do departamento de Estatística.. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Probabilidade e Estatística Aplicadas,modelos biométricos, análise multivariada atuando principalmente na análise e interpretação de dados de pesquisas em : Fitotecnia, Zootecnia, Engenharia Agricola, Nutrição fruticultura e Veterinária.

Referências

BEZERRA, V. S.; DIAS, J. S. A. Avaliação físico-química de frutos de bananeiras. Acta Amazonica, Manaus, v. 39, n. 2, p. 423-427, 2009.

CARVALHO, A. V. et al. Qualidade pós-colheita de cultivares de bananeira do grupo ‘Maçã’, na região de Belém, PA. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 33, n. 4, p. 1095-1102, 2011.

CHEN, J. Y. et al. Role of phenylalanine ammonia-lyase in heat pretreatment-induced chilling tolerance in banana fruit. Physiologia Plantarum, Malden, v. 132, n. 3, p. 318-328, 2008.

CHITARRA, M. I. F. et al. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manejo. 2. ed. Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras, 2005. 785 p.

CORRÊA, M. O. G.; PINTO, D. D.; ONO, E. O. Análise da atividade respiratória em frutos de jabuticabeira. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 831-833, 2007.

COSETENG, M. Y.; LEE, C. Y. Changes in apple polyphenoloxidase and polyphenol concentrations in relation to degree of browning. Journal of Food Science, New York, v. 52, n. 4, p. 985-989, 1987.

DADZIE, B. K.; ORCHARD, J. E. Evaluación rutinaria postcosecha de híbridos de bananos y plátanos: criterios y métodos. Montpelier: INIBAP, 1997. 63 p. (Inibap. Guias técnicas, 2).

DE MARTINO, G. et al. 1-MCP controls ripening induced by impact injury on apricots by affecting SOD and POX activities. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 39, n. 1, p. 38-47, 2006.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. FaoStat. Disponível em: <http://faostat.fao.org/site/339;defaut.aspx>. Acessado em: 14 jun. 2014.

FERNANDES, E.G.; LEAL, P.A.M.; SANCHES, J. Climatização e armazenamento refrigerado na qualidade pós-colheita de bananas ‘Nanicão’. Bragantia, Campinas, v.69, p.735-743, 2010.

FINGER, F. L.; PUSCHMANN, R.; BARROS, R. S. Effects of water loss on respiration, ethylene production and ripening of banana fruit. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Campinas, v. 7, n. 1, p. 115-118, 1995.

FLURKEY, W. H.; JEN, J. J. Peroxidase e polyphenol oxidase activities in developing peaches. Journal of Food Science, Malden, v. 43, n. 6, p. 1826-1831, 1978.

HAILU, M. WORKNEH, T. S.; BELEW, D. Review on postharvest technology of banana fruit. African Journal of Biotechnology, Grahamstown, v. 12, n. 7, p. 635-647, 2013.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de alimentos, 4. ed., 1a Ed. Digital, São Paulo: IAL, 2008, 1020 p.

LICHTEMBERG, L. A.; LICHTEMBERG, P. S. F. Avanços na bananicultura brasileira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, Sup., p. 29-36, 2011.

LICHTEMBERG, L. A.; MALBURG, J. L.; HINZ, R. H. Cold damage in bananas. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 3, p .568-572, 2001.

LIMA, O. S. et al. Ripening and shelf life of ‘BRS Caipira’ banana fruit stored under room temperature or refrigeration. Ciência Rural, Santa Maria, v. 44, n. 4, p. 734-739, 2014.

MAIA, V. M. et al. Physical and metabolic changes induced by mechanical damage in ‘dwarf-prata’ banana fruits kept under cold storage. Australian Journal of Crop Science, Inala, v. 8, n. 7, p. 1029-1037, 2014.

MARTINS, R.N. et al. Armazenamento refrigerado de banana ‘Prata-Anã’ proveniente de cachos com 16, 18 e 20 semanas. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 31, n. 5, p. 1423-1429, 2007.

MATSUURA, F. C. A. U.; COSTA, J. I. P.; FOLEGATTI, M. I. S. Marketing de banana: preferências do consumidor quanto aos atributos de qualidade dos frutos. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 48-52, 2004.

NGUYEN, T. B.; KETSA, S.; VAN DOORN, W. G. Relationship between browning and the activities of polyphenol oxidase and phenylalanine ammonia lyase in banana peel during low temperature storage. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 30, n. 2, p. 187-193, 2003.

PROMYOU, S.; KETSA, S.; VAN DOORN, W. G. Hot water treatments delay cold-induced banana peel blackening. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 48, n. 1, p. 132-138, 2008.

SAEG. SISTEMA PARA ANÁLISES ESTATÍSTICAS, versão 9.1: Fundação Arthur Bernardes, UFV, Viçosa, MG, 2007.

SILVA, E. A.; BOLIANI, A. C.; CORRÊA, L. S. Avaliação de cultivares de bananeira (Musa sp) na região de Selvíria - MT. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 101-103, 2006.

SINGLETON, V. L.; ORTHOFER, R.; LAMAUELA-RAVENTÓS, R. M. Analysis of total phenols and other oxidation substrates and antioxidantes by means of Folin-Ciocalteu reagent. Methods in Enzymology, Amsterdam, v. 299, n. 1, p. 152-178, 1999.

SULAIMAN, S. F. et al. Correlation between total phenolic and mineral contents with antioxidant activity of eight Malaysian bananas (Musa sp.). Journal of Food Composition and Analysis, Amsterdam, v. 24, n. 1, p. 1-10, 2011.

THÉ, P. M. P. et al. Efeito da temperatura de armazenamento e do estádio de maturação sobre a composição química do abacaxi cv. Smooth Cayenne L. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 25, n. 2, p. 356-363, 2001.

VIEIRA, F. G. K. et al. Physico-chemical and antioxidant properties of six apple cultivars (Malus domestica Borkh). Scientia Horticulturae, Amsterdam, v. 122, n. 3, p. 421-425, 2009.

VIEITES, R. L. et al. Caracterização físico-química, bioquímica e funcional da jabuticaba armazenada sob diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 33, n. 2, p. 362-375, 2011.

VIEITES, R. L.; DAIUTO, E. R.; FUMES, J. G. F. Capacidade antioxidante e qualidade pós-colheita de abacate ‘Fuerte’. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 34, n. 2, p. 336-348, 2012.

VIVIANI, L.; LEAL, P. M. Qualidade pós-colheita de banana Prata-Anã armazenada sob diferentes condições. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 29, n. 3, p. 465-470, 2007.

WANG, H. et al. The effect of delay between heat treatment and cold storage on alleviation of chilling injury in banana fruit. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 92, n. 13, p. 2624-2629, 2012.

WANG, Y. et al. Effect of exogenous γ-aminobutyric acid (GABA) treatment on chilling injury and antioxidant capacity in banana peel. Scientia Horticulturae, Amsterdam, v. 168, n. 1, p. 132-137, 2014.

WU, B. et al. Impact of postharvest nitric oxide treatment on antioxidant enzymes and related genes in banana fruit in response to chilling tolerance. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 92, n. 1, p. 157-163, 2014.

XIAO, Y.; CHEN, J.; LU, W. Banana ethylene response factors are involved in fruit ripening through their interactions with ethylene biosynthesis genes. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 64, n. 8, p. 2499-2510, 2013.

ZHANG, D.; QUANTICK, P. C. Effects of chitosan coating on enzymatic browning and decay during postharvest storage of litchi (Litchi chinensis Sonn) fruit. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 12, n. 2, p. 195-202, 1997.

ZHANG, H. et al. Physiology and quality response of harvested banana fruit to cold shock. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 55, n. 3, p. 154-159, 2010.

Downloads

Publicado

20-07-2016

Edição

Seção

Agronomia