FAUNA EDÁFICA COMO BIOINDICADORA DA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO BIOMA CAATINGA
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252017v30n215rcPalavras-chave:
Solo superficial. Indicadores ambientais. Organismos edáficos. Piçarra. Revegetação.Resumo
Atualmente, há poucas informações sobre a recuperação de áreas onde ocorre a extração de piçarra na Caatinga. Objetivou-se avaliar o emprego da fauna edáfica como bioindicadora da qualidade do solo em áreas com e sem a adição de topsoil (CT e ST, respectivamente), em plantios florestais para a recuperação de áreas de extração deste recurso mineral. Considerou-se a mata nativa de Caatinga (MT) como referencial. Foram instaladas 10 armadilhas em três réplicas para cada tratamento, em delineamento em blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, no final da estação chuvosa,em diferentes épocas (0, 1, 3 e 6 anos depois). Capturou-se um total de 45.740 organismos, distribuídos em 36 grupos taxonômicos, com o predomínio de Acari, Diptera, Entomobryomorpha, Formicidae, Poduromorpha e Symphypleona, em todos os tratamentos (ST, CT, MT). Nove grupos (25% do total) apresentaram ocorrência restrita. Os valores de riqueza e diversidade foram maiores na MT, seguidos do CT e ST. Não houve um padrão definido para a uniformidade e abundância total da comunidade. A maioria dos grupos apresentou inibição na abundância nos tratamentos testados em relação à MT, mas este efeito negativo foi relevante no ST, em comparação com o CT. A similaridade entre ST e CT foi elevada, e muito baixa com a MT. A complexidade ecológica da comunidade da fauna edáfica foi maior na MT. A fauna edáfica funcionou como bioindicadora da qualidade do solo, que foi maior em CT, na comparação com ST.Downloads
Referências
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