MORFOFISIOLOGIA DE RIZÓBIOS ISOLADOS EM FABÁCEAS FORRAGEIRAS NATIVAS DA CAATINGA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252019v32n406rc

Palavras-chave:

Mimosa tenuiflora. Macroptilium atropurpureum. Desmanthus pernambucanus. Microrganismos diazotróficos. Nitrogênio.

Resumo

Os rizóbios encontrados em fabáceas da Caatinga podem ser uma via para o cultivo de forragens no Semiárido, possibilitando, assim, aumentar a disponibilidade de alimento para a produção animal nesta região. Objetivou-se caracterizar morfofisiologicamente estirpes de rizóbios nativos das espécies forrageiras, Mimosa tenuiflora, (Jurema preta), Macroptilium atropurpureum (Siratro) e Desmanthus pernambucanus (Jureminha). O solo usado como substrato foi coletado em pontos específicos dos municípios de Sertânia, Arcoverde e São Bento do Una, estado de Pernambuco. A caracterização das colônias de rizóbios foi feita quanto ao tempo de crescimento, diâmetro, elevação, transparência, produção de exopolissacarídeos e coloração. Também foram feitos testes de tolerância dos rizóbios nativos em diferentes níveis de salinidade, temperatura e pH. Na avaliação cultural observou-se que os isolados formaram colônias com elevação plana, moderada produção de exopolissacarídeos, coloração variando de creme a branca e superfície lisa de acordo com cada isolado. Os testes fisiológicos de resistência a estresses abióticos mostraram que os isolados nativos de Mimosa tenuiflora foram mais resistentes quando cultivados nos solos provenientes do município de Sertânia, enquanto os isolados de M. atropurpureum e D. pernambucanus tiveram elevada resistência a altas temperaturas, independente do local de cultivo. Conclui-se que os rizóbios nativos da região Semiárida de Pernambuco apresentam resistência ao estresse causado por altas temperaturas, variação na salinidade e pH. Essas características são influenciadas pelo solo e espécie botânica em simbiose com os rizóbios.

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Publicado

19-11-2019

Edição

Seção

Agronomia