ASPECTOS FISIOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS EM VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDAS A ESTRESSE SALINO
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252019v32n423rcPalavras-chave:
Trocas gasosas. Saccharum officinarum. Carboidratos. Salinidade.Resumo
O estresse salino é um dos fatores ambientais que mais limitam a produtividade agrícola no semiárido brasileiro. Considerando-se a expansão da área de cultivo de cana-de-açúcar nesta região, a seleção de variedades cada vez mais adaptadas a este meio ambiente torna-se uma ferramenta fundamental para sua sustentabilidade. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as respostas fisiológicas e bioquímicas de dez variedades de cana-de-açúcar submetidas à salinidade. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no delineamento de blocos casualizados, em esquema fatorial 6 x 10, com seis níveis de salinidade da água de irrigação (0; 1,0; 2,0; 4,0; 6,0 e 8,0 dS m-1) e dez variedades de cana-de-açúcar (VAT 90212, RB 72454, RB 867515, Q 124, RB 961003, RB 957508, SP 791011, RB 835089, RB 92579 e SP 943206), com três repetições. As águas salinas foram aplicadas a cada dois dias a fim de elevar a umidade do solo à capacidade de campo e promover lixiviação. Aos 90 dias após o plantio foram avaliadas as trocas gasosas, o teor de clorofila e os açucares solúveis totais e redutores das folhas. Os maiores teores de clorofila foram obtidos nas variedades Q 124, RB 96103, RB 835089 e SP 943206. O efeito da salinidade sobre as variedades de cana-de-açúcar influenciou na variação das trocas gasosas, no teor de açúcares solúveis totais e açúcares redutores, demonstrando uma adaptabilidade da planta às condições de estresse submetida. A redução da condutância estomática resultou na diminuição das taxas fotossintéticas de todas as variedades de cana-de-açúcar avaliadas, exceto a RB 867515.
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