INTERFERÊNCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA CULTURA DA SOJA NO CERRADO BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252021v34n211rcPalavras-chave:
Digitaria insularis. Glycine max. Matocompetição. Densidade de planta daninha.Resumo
Entre as espécies que tem causado maiores prejuízos nos sistemas brasileiros de produção de soja, está o capim-amargoso. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da interferência do capim-amargoso na soja cultivada em condições de Cerrado. Para tanto, foram instalados três experimentos à campo, sendo dois simulando área com falhas na dessecação de capim-amargoso na pré-semeadura da soja, com plantas remanescentes desta espécie (E1 e E2) e um no qual simulou a emergência do capim-amargoso ocorreu de forma simultânea a da soja (E3). No E1 e E2, o delineamento utilizado foi o de blocos casualizados (DBC), sendo avaliados cinco tratamentos compostos por densidades crescentes de capim-amargoso (0, 2, 4, 6 e 8 plantas por m2) e quatro repetições. No E3, também foi utilizado o DBC, estando os tratamentos dispostos em arranjo fatorial 2 x 5, com quatro repetições. O primeiro fator foi composto de duas cultivares de soja de ciclo distinto; enquanto que no segundo foram simuladas densidades de capim-amargoso em convivência com a soja, sendo adotadas as mesmas do E1 e E2. O aumento de densidade de capim-amargoso em convivência com a soja proporciona redução na produtividade da cultura, independentemente se estas plantas estavam emergidas na ocasião da semeadura ou se a infestação foi estabelecida após a emergência da soja. A intensidade de redução na produtividade da cultura é maior quando as plantas de capim-amargoso já se encontram entouceiradas na área na ocasião da semeadura da soja, chegando a reduções próximas de 80% na maior densidade de infestação.
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