Otimização agroeconômica do cultivo do rabanete adubado com doses de flor-de-seda em ambiente semiárido
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n408rcPalavras-chave:
Calotropis procera (Ait.) R. Br. Indicadores econômicos. Adubação verde. Produtividade. Raphanus sativus L.Resumo
O uso de espécies espontâneas do bioma Caatinga como adubo verde é uma prática promissora no aumento da produtividade dos sistemas agrícolas e na exploração sustentável do meio ambiente. Este trabalho teve como objetivo estimar as máximas eficiências físicas e econômicas das características agroeconômicas do rabanete em monocultivo, em função de quantidades de biomassa de flor-de-seda em duas estações de cultivos em ambiente semiárido. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos consistiram de diferentes quantidades de biomassa de flor-de-seda: 16, 29, 42, 55 e 68 t ha-1 em base seca, incorporadas ao solo. Em cada bloco dos experimentos foram adicionados dois tratamentos, um sem adubação (tratamento testemunha) e outro com adubo mineral, para fins de comparação com o tratamento de máxima eficiência. A cultivar de rabanete plantada foi a Crimson Gigante. A adubação do rabanete para obtenção da máxima eficiência produtiva otimizada (9,56 t ha-1) foi possível com a incorporação de 50,86 t ha-1 de biomassa seca de C. procera ao solo. A máxima eficiência agroeconômica otimizada (baseada na renda líquida de 37.641,08 R$ ha-1) foi obtida com a quantidade de 44,39 t ha-1 de biomassa seca de C. procera adicionada ao solo. A taxa de retorno e a margem de lucro obtida foram de R$ 2,94 para cada real investido com margem de lucro de 62,55%. A utilização da biomassa do adubo verde, C. procera, é uma tecnologia viável para produtores que praticam o monocultivo de rabanete em ambiente semiárido.
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