Melhorando a produção e a qualidade de melão através da aplicação de 'Lithothamnium'
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n312rcResumo
No Brasil, a produção de melão se destaca pelo alto padrão de qualidade, sendo o uso de fertilizantes um dos grandes gargalos do setor produtivo. Lithothamnium é um produto derivado de algas marinhas e contribui para o fornecimento de cálcio e magnésio, bem como para a melhoria física, química e biológica do solo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento e a qualidade do melão produzido por diferentes doses (inteiro [W] ou fracionado [F]), intervalos e modo de aplicação de Lithothamnium. O trabalho experimental foi conduzido na Fazenda Dina - Dinamarca Industrial Agrícola, Mossoró, Brasil. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com 11 tratamentos e 4 repetições. As plantas foram colhidas aos 75 dias após a semeadura. Os resultados para a maioria das variáveis não diferiram pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. No entanto, houve diferença estatística para as variáveis produtividade, espessura da casca, firmeza da polpa, pH e açúcares totais. Todos os tratamentos com Lithothamnium apresentaram maior produtividade (25,6 a 29,8 t há-1) e maior espessura de casca (0,8 a 1,02 cm). Em relação à firmeza da polpa, os tratamentos que utilizaram Lithothamnium em nanopartículas e em suspensão concentrada com tempos de aplicação de 10-20-30 e 30-50 apresentaram maiores valores (25,66 a 27,81 N). Para pH, todos os tratamentos com Lithothamnium, exceto o em pó micronizado, apresentaram os maiores valores (6,84 a 6,94). A quantidade de açúcares totais foi maior nos tratamentos T3, T4 e T5 (11,58, 12,50 e 11,78%, respectivamente).
Downloads
Referências
AOAC - Association of Official Analytical Chemistry. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 17. ed. Washington: AOAC, 2002. 1115 p.
BISSOLI JUNIOR, W. Qualidade de mangas (Mangifera indica L. cv. ‘Tommy Attkins’) sob influência da pulverização pré-colheita dos frutos com cálcio e boro. 1992. 77 f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos: Área de Concentração em Bioquímica de Frutos) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1992.
CARMO FILHO, F.; OLIVEIRA, O. F. Mossoró: um município do semi-árido nordestino, caracterização climática e aspecto florístico. 1. ed. Mossoró, RN: ESAM, 1995. 62 p. (Coleção Mossoroense, Série B).
CHATTERJEE, A. et al. Role of algae as a biofertilizer. In: RASTOGI, R. P.; MADAMWAR, D.; PANDEY, A. (Eds.). Algal Green Chemistry. Amsterdam, Holanda: Elsevier, 2017. v. 1, cap. 10, p. 189-200.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras, MG: UFLA, 2005. 783 p.
DIAS, G. T. M. Granulados bioclásticos – Algas calcárias. Revista Brasileira de Geofísica, 18: 307-318, 2000.
FAOSTAT - Food and Agriculture Organization of the United Nations. FAOSTAT statistics database: 2021. Disponível em:<http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC>. Acesso em: 5 mai. 2023.
FARIA, E. C. D.; CARRIJO, O. A.; MORETTI, C. L. Avaliação de fontes de cálcio na cultura do melão tipo ‘Gália’ sob cultivo protegido. Horticultura Brasileira, 22: 557-561, 2004.
FERNANDEZ, P. M. G. C. Armazenamento ambiente e refrigerado de melão, híbrido Orange Flesh, submetido à aplicação pós-colheita de cloreto de cálcio. 1996. 68 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Área de Concentração em Fisiologia Vegetal) –Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1996.
FITZGERALD, A. B.; PEREIRA, A. J.; SOUZA, R. J. Efeitos de diferentes fontes e doses de cálcio nos frutos de melão armazenados. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, 5: 65-74, 2001.
GOMES JÚNIOR, J. et al. Qualidade pós-colheita do melão tipo Cantaloupe, colhido em dois estádios de maturação. Horticultura Brasileira, 19: 356-360, 2001.
GRANGEIRO, L. C. et al. Qualidade de híbridos de melão amarelo em diferentes densidades de plantio. Horticultura Brasileira, 17: 110-113, 1999.
IAL - Instituto Adolfo Lutz. Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos. São Paulo, SP: NIT/IAL. 1985. 533 p.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal: Culturas temporárias e permanentes. 2021. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612#resultado>. Acesso em: 5 mai. 2023.
KEMPF, M. Notes on the benthic bionomy of the N-NE Brazilian shelf. Marine Biology, 5: 213-224, 1970.
KLEE, H. J. Improving the Flavor of Fresh Fruits: Genomics, Biochemistry, and Biotechnology. New Phytologist, 187: 44-56, 2010.
LE BLEU, P. Contribution a l’etude des algues marines en Bretagne: bilan de leur utilisation en milieu agricole. 1. ed. Tours, França: ESL, 1983. 103 p.
LOPES, J. F. Melhoramento genético (chuchu, melancia, melão e pepino). In: LOPES, J. F. (Ed.). Cucurbitáceas: informativo agropecuário. Belo Horizonte, MG: EPAMIG, 1982. v. 8, cap. 7, p. 61-65.
MELO, P. C.; FURTINI NETO, A. E. Avaliação do Lithothamnium como corretivo da acidez do solo e fonte de nutrientes para o feijoeiro. Ciência e Agrotecnologia, 27: 508-519, 2003.
MELO, P. C. et al. Efeito do granulado Bioclástico e do Agrosilício® no aumento da produtividade e qualidade do maracujazeiro-amarelo a campo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 20., 2008, Vitória. Anais... Vitória: INCAPER, 2008. CD-ROM.
MENEZES, J. B. Qualidade pós-colheita de melão tipo 'Gália' durante a maturação e o armazenamento. 1996. 176 f. Tese (Doutorado em Ciência dos Alimentos: área de Concentração em Fisiologia Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1996.
MIRANDA, N. O.; MEDEIROS, J. F.; LEVIEN, S. L. A. Relações entre cátions trocáveis do solo e suas correlações com a qualidade de frutos de melão. Horticultura Brasileira, 26: 271-275, 2008.
MORAIS, P. L. D. et al. Avaliação das tecnologias pós-colheita utilizadas e da qualidade de melões nobres produzidos para exportação. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 29: 214-218, 2009.
MOREIRA, R. A. et al. Produção e qualidade de frutos de pitaia-vermelha com adubação orgânica e granulado bioclástico. Revista Brasileira de Fruticultura, 33: 762-766, 2011.
NATALE, W.; PRADO, R. M.; MÔRO, F. V. Alterações anatômicas induzidas pelo cálcio na parede celular de frutos de goiabeira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 40: 1239-1242, 2005.
PAIVA, E. P.; LIMA, M. S. L.; PAIXÃO, J. A. Pectina: propriedades químicas e importância sobre a estrutura da parede celular de frutos durante o processo de maturação. Revista Iberoamericana de Polímeros, 10: 196-211, 2009.
PAN, Y. et al. Genetic architecture of fruit size and shape variation in cucurbits: a comparative perspective. Theoretical and Applied Genetics, 133: 1-21, 2020.
PEINADO, J.; GRAEML, A. R. Administração da Produção: Operações Industriais e de Serviço. 1. ed. Curitiba, PR: UNICENP, 2007. 750 p.
PEREIRA, A. J. et al. Aplicação de fontes e doses de cálcio na produção e qualidade de frutos de melão. Horticultura Brasileira, 20: 428-431, 2002.
SCOTT, A. J.; KNOTT, M. A. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, 30: 507-512, 1974.
SILVA, F. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. Principal Components Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance. IN: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE: AMERICAN SOCIETY OF AGRICULTURAL AND BIOLOGICAL ENGINEERS, 2009, Reno, Proccedings… Reno: ASABE, 2009, vol. 1.
SILVA, E. A. Granulado bioclástico na produção e qualidade do fruto da goiabeira ‘Pedro Sato’. 2010. 52 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Fitotecnia: Área de Concentração em Produção Vegetal) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2010.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004. 719 p.
VIGNEAULT, C.; THOMPSON, J.; WU, S. Designing container for handling fresh horticultural produce. Postharvest Technologies for Horticultural Crops, 2: 25-47, 2009.
YEMN, E. W.; WILLIS, A. J. The estimation of carbohydrates in plant extracts by anthrone. Biochemical Journal, 57: 508-514, 1954.
ZHANG, D. et al. The optimal local model selection for robust and fast evaluation of soluble solid content in melon with thick peel and large size by Vis-NIR spectroscopy. Food Analytical Methods, 12: 136-147, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam na Revista Caatinga concordam com os seguintes termos:
a) Os Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY, para todo o conteúdo do periódico, exceto onde estiver identificado, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sem fins comerciais.
b) Os Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).