RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE PLANTAS DE COQUEIRO ANÃO SOB DEFICIÊNCIA HÍDRICA, EM SOLOS AFETADOS POR SAIS
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252017v30n220rcPalavras-chave:
Cocos nucifera L.. Estresses hídrico e salino. Fisiologia.Resumo
Objetivou-se, com este trabalho, caracterizar as repostas fisiológicas aclimatativas de plantas jovens de coqueiro Anão, cultivar “Verde do Jiqui”, associadas com a sua tolerância às condições de múltiplos estresses abióticos (deficiência hídrica e salinidade do solo), atuando isolados e/ou combinados. O estudo foi realizado sob condições controladas e avaliaram-se: as trocas gasosas foliares, o rendimento quântico da fluorescência da clorofila a e os teores relativos de clorofila total (índice Spad). O experimento foi conduzido sob delineamento estatístico de blocos casualizados, no arranjo de parcelas subdivididas, sendo as parcelas constituídas por diferentes níveis de deficiência hídrica, mediante a imposição de cinco distintos percentuais de reposição das perdas de água por evapotranspiração potencial da cultura (100; 80; 60; 40 e 20%) e as subparcelas constituídas pelos crescentes níveis de salinidade do solo (1,72; 6,25; 25,80 e 40,70 dS m-1). Os mecanismos fisiológicos são efetivamente limitados quando a deficiência hídrica e a salinidade atuam isoladamente e/ou em conjunto. Os efeitos do estresse hídrico se mostram mais efetivos nos comprometimentos dos parâmetros fisiológicos, em detrimento à salinidade do solo. As magnitudes das respostas das plantas ao suprimento hídrico e à salinidade dependem das intensidades dos estresses e das épocas de avaliação. As respostas fisiológicas aclimatativas das plantas estão relacionadas, principalmente, à regulação estomática. O coqueiro apresenta uma série de mecanismos de ajustes fisiológicos que conferem à espécie uma parcial tolerância ao estresse hídrico e/ou salino, tornando-a capaz de revegetar áreas salinizadas, desde que as necessidades hídricas sejam ao menos parcialmente atendidas.Downloads
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