“Um inimigo em comum”: o patriarcado como categoria explicativa da opressão às mulheres e aos sujeitos lgbt

Resumo

O presente artigo tem por finalidade problematizar como o patriarcado, enquanto sistema de dominação dos homens sobre as mulheres, oprime tanto esta categoria quanto os sujeitos LGBT. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica para compreendermos como o patriarcado se estrutura, por exemplo, através da heterossexualidade, que controla o corpo e a sexualidade das mulheres, impondo um regime de orientação sexual “legítimo”, que discrimina e invisibiliza as diversas formas de vivências das relações afetivo-sexuais e identidade de gênero de mulheres e homens. No decorrer do artigo situamos a importância da compreensão das dimensões de classe, “raça” e gênero como organicamente articuladas e fundamentais para analisarmos a condição de dominação das mulheres e dos sujeitos LGBT. O domínio do homem sobre o corpo e a sexualidade das mulheres no interior das relações patriarcal-racista-capitalistas torna-se funcional à reprodução desse modo de produção na medida em que mantém o regime da perpetuação da propriedade privada e da herança. Nessa esteira, a opressão aos sujeitos LGBT ocorre devido a imposição do heterossexismo, um dos eixos de sustentação do patriarcado, que nega a diversidade sexual e de gênero como um dimensão constitutiva da vida humana, por não ter a finalidade de procriar. Concluímos, portanto, que o patriarcado é um dos obstáculos que impede a libertação das mulheres e dos sujeitos LGBT nas mais diversas esferas da vida social, especificamente, na vivência e exercício de autonomia sobre sua sexualidade.