Morfofisiologia e solutos inorgânicos em melancia irrigada com água salobra em diferentes sistemas de plantio
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252023v36n411rcPalavras-chave:
Citrullus lanatus. Salinidade. Aclimatação.Resumo
A irrigação com águas salobras reduz o rendimento da melancia no semiárido brasileiro, sendo necessário estabelecer estratégias de manejo que reduzam os impactos negativos provocados pelo estresse salino. Objetivou-se avaliar a morfofisiologia e os teores de solutos inorgânicos da cultura da melancia submetida à diferentes condutividades elétricas da água de irrigação, utilizando-se mudas rustificadas ou semeadura direta. O experimento foi realizado no Perímetro Irrigado Baixo Acaraú, Ceará, Brasil. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com parcelas subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram formadas por quatro condutividades elétricas da água de irrigação (0,3; 1,5; 3,0; e 4,5 dS m-1) e as subparcelas por três métodos de plantio: DS = semeadura direta; TP1 = transplantio da muda produzida com água de moderada salinidade (1,5 dS m-1), e TP2 = transplantio da muda produzida com água de baixa salinidade (0,3 dS m-1). Analisou-se as variáveis de crescimento vegetativo, trocas gasosas foliares e os solutos inorgânicos. A utilização de mudas de melancia produzidas com a água de moderada salinidade não resulta em maior tolerância ao estresse salino durante a fase de crescimento vegetativo. Os teores foliares de Na+, Cl- e Ca2+ aumentam com o nível do estresse salino, independentemente do método de plantio. Entretanto, as plantas oriundas de mudas (TP1 e TP2) apresentam as maiores concentrações de Na+ and Cl- sob elevados níveis de salinidade. O método de plantio por semeadura direta apresentou superioridade nas variáveis de crescimento, principalmente sob baixos níveis de salinidade.
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