CARACTERIZAÇÃO DE LOCAIS DE INFECÇÃO DE Exserohilum turcicum EM GENÓTIPOS DE MILHO

Autores

  • José Renato Stangarlin Department of Agronomy, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, PR https://orcid.org/0000-0001-8601-9439
  • Eloisa Lorenzetti Tartaro Department of Agricultural Sciences, Universidade Federal do Paraná, Palotina, PR https://orcid.org/0000-0002-2363-2065
  • Sérgio Florentino Pascholati Department of Agronomy, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP https://orcid.org/0000-0002-9690-9694

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252022v35n101rc

Palavras-chave:

Mecanismos estruturais. Indução de resistência. Zea mays L.

Resumo

A mancha foliar causada por Exserohilum turcicum é uma importante doença em milho, cuja severidade depende mais do crescimento da lesão do que do número. O objetivo deste trabalho foi caracterizar sítios de infecção de E. turcicum em milho resistente e suscetível com base em análises histológicas, mecanismos estruturais e bioquímicos. As folhas foram inoculadas em pontos específicos utilizando microcâmara de inoculação. Foram coletadas amostras para acompanhar o desenvolvimento fúngico e lignificação utilizando microscopias ótica e eletrônica de varredura (MEV), além da atividade específica e padrão eletroforético de peroxidase. Os tempos de germinação de esporos e formação de apressórios foram praticamente iguais para os genótipos suscetível e resistente, no entanto, com relação à penetração, houve um atraso de 12 h no genótipo resistente, acompanhada pela lignificação do tecido hospedeiro, o que não ocorreu no genótipo suscetível. A análise por MEV mostrou micélio nos vasos do xilema em ambos os genótipos, entretanto, no resistente, a colonização do patógeno foi restrita às células do mesófilo ao redor da área de penetração, onde foram produzidos pontos cloróticos. No genótipo suscetível, após a penetração e formação de manchas cloróticas, o patógeno continuou crescendo dentro dos vasos do xilema e foi capaz de colonizar o tecido do mesófilo distante da área de penetração, dando origem a lesões necróticas. O padrão eletroforético de peroxidases foi semelhante nos dois genótipos, com três isoenzimas em todos os tecidos amostrados. Duas novas isoenzimas foram detectadas em pontos cloróticos, lesões necróticas e tecido verde em torno das lesões.

 

Downloads

Referências

ALTAF, M. Study on the response of different maize cultivars to various inoculum levels of Bipolaris maydis (Y. Nisik & C. Miyake) shoemaker under field conditions. Journal of Entomology and Zoology Studies, 4: 533-537, 2016.

ANGRA-SHARMA, R.; SHARMA, D. K. Biochemical and histological studies on susceptible and resistant maize leaves infected by Helminthosporium maydis. Plant Pathology, 43: 972-978, 1994.

BASTIAANS, L. Ratio between virtual and visual lesion size as a measure to describe reduction in leaf photosynthesis of rice due to leaf blast. Phytopathology, 81: 611-615, 1991.

BERGER, R. D., BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L. Lesion expansion as an epidemic component. Phytopathology, 87: 1005-1013, 1997.

BERGSTROM, G. C.; NICHOLSON, R. L. Microhumidity chamber for quantitative inoculation of attached corn leaves with fungal pathogens. Phytopathology, 73: 1040-1042, 1983.

BRADFORD, M. A rapid and sensitive method for the quantification of microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry, 72: 248-254, 1976.

CADENA-GOMEZ, G.; NICHOLSON, R. L. Papilla formation and associated peroxidase activity: a non-specific response to attempted fungal penetration of maize. Physiological and Molecular Plant Pathology, 31: 51-67, 1987.

CARVALHO, R. V.; PEREIRA, O. A. P.; CAMARGO, L. E. A. Doenças do milho. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 5. ed. Ouro Fino, MG: Ceres, 2016. v. 2, cap. 57, p. 549-560.

CONAB - Companhia Nacional de abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira – Grãos. Monitoramento agrícola – Safra 2019/20, v. 7. n. 8. Brasília, DF: CONAB, 2020. 66 p.

COSTA, L. V.; SILVA, D. D.; COSTA, R. V. Helmintosporiose causada por Exserohilum turcicum na cultura do milho. 1. ed. Sete Lagoas, MG: Embrapa, 2013. 8 p. (Circular Técnica, 195).

CUQ, F. et al. Monocerin in Exserohilum turcicum isolates from maize and a study of its phytotoxicity. Phytochemistry, 34: 1265-1270, 1993.

FERGUSON, L. M.; CARSON, M. L. Temporal variation in Setosphaeria turcica between 1974 and 1994 and origin of races 1, 23, and 23N in the United States. Phytopathology, 97: 1501-1511, 2007.

FAO - Food and Agriculture Organization. Production: crops. 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 mai. 2020.

HAMMERSCHIMIDT, T. R.; NUCLES, E. M.; KUC, J. Association of enhanced peroxidase activity with induced systemic resistance of cucumber to Colletotrichum lagenarium. Physiological Plant Pathology, 20: 73-82, 1982.

HILU, H. M.; HOOKER, A. L. Host-pathogen relationship of Helminthosporium turcicum in resistant and susceptible corn seedlings. Phytopathology, 54: 570-575, 1964.

KNOX-DAVIES, P. S. Penetration of maize leaves by Helminthosporium turcicum. Phytopathology, 64: 1468-1470, 1974.

KOTZE, R. G. et al. A histological assessment of the infection strategy of Exserohilum turcicum in maize. Plant Pathology, 68: 504-512, 2018.

LEVY, Y. Variation in fitness among field isolates of Exserohilum turcicum in Israel. Plant Disease, 75: 163-166, 1991.

LEVY, Y.; LEONARD, K. J. Yield loss in sweet corn in response to defoliation or infection by Exserohilum turcicum. Journal of Phytopathology, 128: 161-171, 1990.

MENEGON, A. P., FORCELINI, C. A.; FERNANDES, J. M. C. Expansão de lesão por manchas foliares em cevada e sua interação com a aplicação foliar de fungicidas. Fitopatologia Brasileira, 30: 134-138, 2005.

O’BRIEN, T. P.; FEDER, N.; McCULLY, M. E. Polychromatic staining of plant cell walls by o-toluidine blue. Protoplasma, 59: 368-373, 1964.

PASCHOLATI, S. F.; DALIO, R. J. D. Fisiologia do parasitismo: como as plantas se defendem dos patógenos. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A. (Eds.). Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos. 5. ed. Ouro Fino, MG: Ceres, 2018. v. 1, cap. 35, p. 423-450.

PIRES, P. C.; FERNANDES, J. M. C.; NICOLAU, M. Modelagem do progresso temporal e do padrão espacial de lesões de ferrugem da folha em trigo. Tropical Plant Pathology, 34: 97-107, 2009.

RAMATHANI, I. et al. Disease seeverity, incidence and races of Setosphaeria turcica on sorghum in Uganda. European Journal of Plant Pathology, 131: 383-392, 2011.

REUVENI, R.; FERREIRA, J. F. The relationship between peroxidase activity and the resistance of tomatoes (Lycopersicum esculentum) to Verticillium dahliae. Phytopathologische Zeitschrift, 112: 193-197, 1985.

SHIMONI, M.; BAR-ZUR, A.; REUVENI, R. The association of peroxidase activity and resistance of maize to Exserohilum turcicum. Journal of Phytopathology, 131: 315-321, 1991.

SOUTHERTON, S. G.; DEVERALL, B. J. Changes in phenylalanine ammonia-lyase and peroxidase activities in wheat cultivars expressing resistance to the leaf-rust fungus. Plant Pathology, 39: 223-230, 1990.

STANGARLIN, J. R. et al. A defesa vegetal contra fitopatógenos. Scientia Agraria Paranaensis, 10: 18-46, 2011.

STANGARLIN, J. R.; PASCHOLATI, S. F. Proteção de plântulas de milho pipoca contra Exserohilum turcicum pelo uso de Saccharomyces cerevisiae. Summa Phytopathologica, 20: 16-21, 1994.

STANGARLIN, J. R. et al. Aspectos histológicos e bioquímicos da interação Exserohilum turcicum e tecido foliar de sorgo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, XXVII, 1994, Itajaí. Anais... Brasília: Fitopatologia Brasileira, 1994. p. 278.

TRESE, A.; LOSCHKE, D. C. High contrast resolution of the mycelia of pathogenic fungi in corn tissue after staining with calcofluor and destaining with cellulase. Phytopathology, 80: 196-200, 1990.

WU, D.; TURGEON, B. G. Setosphaeria rostrata: insights from the sequenced genome of Setosphaeria turcica. Fungal Genetics and Biology, 61: 158-163, 2013.

Downloads

Publicado

22-12-2021

Edição

Seção

Agronomia