Educação, cultura e desenvolvimento rural

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo discutir a relação entre educação, cultura e desenvolvimento rural, tendo em vista a nova configuração do campo brasileiro. Metodologicamente trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório com base na utilização de técnicas de investigação bibliográfica. São referenciais teóricos do estudo Hespanhol (2007) Tarlombani Silveira (2009) e Silva (1999). O campo brasileiro se apresenta na contemporaneidade bastante heterogêneo. Para além das atividades agropecuárias que ainda predominam como vetor econômico outras atividades rurais não agrícolas se apresentam como alternativas de sustentabilidade econômica demonstrando a multifuncionalidade e pluriatividade do meio campesino. Diante desta configuração as políticas públicas de desenvolvimento rural, presente desde os anos de 1990, passaram a considerar a diversificação do campo e as suas especificidades locais e regionais. Afora isso, com a ressignificação da noção de desenvolvimento, antes pensado como um modelo abstrato e puramente técnico, novos aspectos são introduzidos como promotores desse desenvolvimento local, dentre eles a educação e a cultura. Se para o modelo hegemônico do Agronegócio o campo seria um espaço sem sujeito, a elevação do nível de instrução dos povos do campo significa resistência, ampliação dos horizontes e condição para a permanência qualificada desses atores. Com relação à cultura, a valorização das manifestações locais, seus ritos, artefatos, linguagens e obras, impulsiona o fortalecimento de uma identidade coletiva de pertença, neste sentido, deve-se entender a cultura não como um luxo dispensável, mas como um motor de desenvolvimento local, promotor de sustentabilidades material, ambiental e social.