CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA E DIVERGÊNCIA GENÉTICA EM MELÕES DA AGRICULTURA FAMILIAR MARANHESE

Autores

  • Simone de Souza Macêdo Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA
  • Manoel Abilio de Queiróz Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA
  • Iana Priscila Freitas de Aquino Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA
  • Ronaldo Simão de Oliveira Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA
  • Izaias da Silva Lima Neto Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina, PE

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252017v30n308rc

Palavras-chave:

Variedade botânica. Cucumis melo L.. Progênies endogâmicas.

Resumo

O trabalho teve como objetivos realizar a classificação botânica e estimar a diversidade genética em duas gerações endogâmicas sequenciais (progênies S1 e S2) de acessos de melão da agricultura familiar do Maranhão, visando gerar informações úteis para o melhoramento do melão comercial. Foram conduzidos dois experimentos de campo em blocos casualizados completos, com quatro repetições e 15 acessos em 2013 e, três repetições e 25 subacessos em 2014. Para avaliação dos acessos foram aplicados descritores quantitativos e qualitativos de flor e fruto, além de uma documentação fotográfica sistematizada dos frutos com análise visual, comparando os frutos das gerações S1 e S2. Foram obtidas as matrizes de distância nos dois tipos de descritores e se fez a análise conjunta e em seguida realizou-se o agrupamento pelo método UPGMA. Verificou-se que nos acessos analisados, existe uma grande diversidade genética, pois foram encontradas progênies de melão da subespécie agrestis e suas variedades botânicas momordica e conomom e da subespécie melo com as variedades botânicas cantalupensis e chandalak. A análise de divergência na geração S1 mostrou a formação de três grupos e na geração S2 foram formados quatro agrupamentos, entretanto os grupos não foram formados nem por subespécie nem por variedade botânica. Assim, além de se ter encontrado uma grande diversidade genética entre e dentro dos acessos de melão da agricultura familiar maranhense, é provável que tenha ocorrido grande introgressão de alelos das subespécies e das diferentes variedades botânicas na área dos agricultores devido ao sistema reprodutivo da espécie a ao manejo de sementes.

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Biografia do Autor

Simone de Souza Macêdo, Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA

Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais DTCS/UNEB Programa de pós-graduação - PPhI Mestrado em Horticultura Irrigada

Manoel Abilio de Queiróz, Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA

Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais DTCS/UNEB Programa de pós-graduação - PPhI Coodernação e colegiado do Mestrado em Horticultura Irrigada

Iana Priscila Freitas de Aquino, Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA

Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais DTCS/UNEB Graduanda em Agronomia

Ronaldo Simão de Oliveira, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA

Departamento de Ciências Biológicas - DCBio Docente Área Recursos Genéticos Vegetais

Izaias da Silva Lima Neto, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina, PE

Universidade Federal do Vale do São Francisco Departamento Colegiado Acadêmico do Curso de Engenharia Agronômica Docente Área Olericultura e Agroecologia

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Publicado

21-03-2017

Edição

Seção

Agronomia