DECOMPOSIÇÃO DE MATÉRIA SECA DE PLANTAS DE COBERTURA NA SEMEADURA DIRETA DO ALGODOEIRO

Autores

  • João Luís da Silva Filho Embrapa Algodão, Campina Grande, PB
  • Ana Luíza Dias Coelho Borin Embrapa Algodão, Campina Grande, PB
  • Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira Embrapa Algodão Núcleo do Cerrado (Embrapa Arroz e Feijão) Rodovia GO-462, km 12 Zona Rural C.P. 179 75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252018v31n201rc

Palavras-chave:

Modelo exponencial. Michaelis-Menten. Gossypium hirsutum. Plantio direto.

Resumo

Para a semeadura direta é preciso adequada quantidade de palha sobre o solo, e devido ao longo ciclo do algodoeiro, sua persistência deve ser alta. Entretanto, como a decomposição dos resíduos vegetais ao longo do tempo pode variar entre as plantas de cobertura, o ajuste de modelos que melhor a descreva é essencial. Dois modelos de regressão não-linear, exponencial (ME) e Michaelis-Menten (MM), foram ajustados à decomposição de matéria seca de plantas de cobertura no sistema de semeadura direta do algodoeiro, em condições do Cerrado goiano. Três experimentos foram instalados no ano de 2012, cada um consistido de uma espécie de planta de cobertura, sendo Urochloa ruziziensis (braquiária ruziziensis), Pennisetum glaucum (milheto) e Cajanus cajan (guandu). Em cada ensaio, procedeu-se a amostragem da palha da planta de cobertura aos 20, 50, 70, 110, 140 e 170 dias após a semeadura do algodoeiro, para determinação da matéria seca remanescente. Para as três plantas de cobertura o modelo MM apresentou melhor ajuste que o ME. As estimativas dos tempos de meia-vida das palhadas via MM diferiram entre as plantas de cobertura, indicando que cada uma possui velocidade de decomposição específica. Para o milheto, o guandu e a braquiária, as estimativas de tempo de meia-vida pelo ME foram superiores às do MM em 9, 12 e 12 dias, respectivamente.

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Biografia do Autor

João Luís da Silva Filho, Embrapa Algodão, Campina Grande, PB

Engenheiro Agrônomo Doutor em Genética e Melhoramento de Plantas Melhoramento do Algodoeiro

Ana Luíza Dias Coelho Borin, Embrapa Algodão, Campina Grande, PB

Engenheira Agrônoma Doutora em Ciência do Solo Pesquisadora em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas

Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, Embrapa Algodão Núcleo do Cerrado (Embrapa Arroz e Feijão) Rodovia GO-462, km 12 Zona Rural C.P. 179 75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO

Engenheiro Agrônomo Doutor em Produção Vegetal Pesquisador em Fitotecnia e Sistemas de Produção

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Publicado

06-04-2018

Edição

Seção

Agronomia