ESTRESSE SALINO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES CRIOULAS DE MILHO E FEIJÃO-FAVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252020v33n329rc

Palavras-chave:

Zea mays. Phaseolus lunatus. Salinidade. Variedades tradicionais.

Resumo

O estresse salino afeta negativamente o desenvolvimento de plantas, principalmente em regiões áridas e semiáridas, promovendo alterações em sua fisiologia e produtividade. Objetivou-se avaliar o potencial germinativo de sementes crioulas de milho (Zea mays L.) e feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) em condições de estresse salino, com diferentes potenciais e sais. As sementes foram coletadas em áreas rurais, nos municípios de Guanambi, Candiba e Brumado, região do Brasil que corresponde a Serra Geral da Bahia. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e os tratamentos constituíram-se por três sais CaCl2, MgCl2 e NaCl, além de quatro potenciais de salinidade 0; -0,3; -0,9 e -1,2 MPa. As análises físicas das sementes incluíram umidade e pureza física, enquanto que as análises fisiológicas foram: porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação, tempo médio de germinação e frequência relativa de germinação. O armazenamento das sementes crioulas de feijão-fava e milho feito em garrafas pet com volume totalmente preenchido somado à colheita com a umidade adequada, garante que as sementes apresentem grau de umidade e pureza física dentro dos valores considerados ideias. O estresse salino induzido pelos sais NaCl e CaCl2, com potenciais osmóticos entre -0,3 e -1,2 MPa é prejudicial à germinação de sementes crioulas de feijão-fava e milho, e em potenciais menores que -0,3 MPa a germinação é nula para ambos os sais. As sementes crioulas de milho e feijão-fava apresentam germinação de 70% na solução de MgCl2 no potencial osmótico de -0,3 MPa, nesta condição a germinação de ambas às espécies é viável.

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Publicado

31-07-2020

Edição

Seção

Nota Técnica