ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO APÓS APLICAÇÃO DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA APLICADA EM COBERTURA NA CULTURA DO MILHO E CULTIVO SEQUENCIAL DE AVEIA PRETA

Autores

  • Fábio Palczewski Pacheco Department of Biological and Environmental Sciences, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, PR
  • Lúcia Helena Pereira Nóbrega Agricultural Engineering Post-graduation Program, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, PR
  • Michelle Tonini Agricultural Engineering Post-graduation Program, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, PR
  • Ariane Spiassi Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, PR
  • Danielle Medina Rosa Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR
  • Cláudia Tatiana de Araújo da Cruz-Silva Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252017v30n416rc

Palavras-chave:

Dejetos suínos. Nutrição vegetal. Reuso de água. Avena strigosa Schreb. Zea mays.

Resumo

As taxas de aplicação de águas residuárias de suinocultura (ARS) utilizadas na produção agrícola podem substituir a adubação convencional, mas também podem prejudicar atributos físicos do solo pela diminuição do volume de poros, e consequentemente o rendimento e desenvolvimento das culturas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi monitorar a influência do uso da água residuária de suinocultura como adubação de cobertura na cultura do milho e aveia preta em sequência sobre atributos físicos do solo. Cinco taxas de aplicação (0; 100; 200; 300 e 537 m3ha-1 sendo equivalentes a 0; 11,2; 22,3; 33,5 e 60 kg ha-1 de N, respectivamente, baseado na concentração média de N na ARS) foram testadas, com quatro repetições cada. No solo, foram determinados porosidade do solo, densidade, teor de água antes da semeadura do milho e ao final dos ciclos do milho e aveia preta, pelo método do anel volumétrico. Os dados foram submetidos a análises de regressão. Houve redução da macroporosidade e porosidade total do solo quanto maior a taxa de aplicação na cultura do milho. A introdução da aveia preta contribuiu para melhorar a qualidade física do solo e reduziu a compactação na camada superficial de 0-15 cm, para taxas de ARS de100 a 300 m3 ha-1.

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Biografia do Autor

Fábio Palczewski Pacheco, Department of Biological and Environmental Sciences, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, PR

Possui graduação em Engenharia Agricola pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2009). , atuando principalmente nos seguintes tems: inseticidas botânicos, qualidade de sementes e física do solo. Foi bolsista de iniciação científica do CNPq de julho de 2007 a dezembro de 2009, e bolsita CAPES desde março de 2010. Atualmente, é bolsista CAPES, nível doutorado na área de Tecnologia da Produção Agrícola.

Lúcia Helena Pereira Nóbrega, Agricultural Engineering Post-graduation Program, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, PR

Possui graduação em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal (1983), mestrado em Agronomia Produção e Tecnologia de Sementes pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993) e doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Atualmente é professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Tem experiência na área de Fitotecnia, com ênfase em Produção e Tecnologia de Sementes e Manejo e Tratos Culturais, atuando principalmente nos seguintes temas: qualidade de sementes, soja, semeadura direta, armazenamento e alelopatia.

Michelle Tonini, Agricultural Engineering Post-graduation Program, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, PR

Possui graduação em Engenharia Agricola pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2009). , atuando principalmente nos seguintes tems: inseticidas botânicos, qualidade de sementes e física do solo. Foi bolsista de iniciação científica do CNPq de julho de 2007 a dezembro de 2011, e bolsita CAPES desde março de 2011. Atualmente, é bolsista CAPES, nível doutorado na área de Tecnologia da Produção Agrícola.

Ariane Spiassi, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, PR

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas (2007) e Especialização em Docência no Ensino Superior (2008) pela Faculdade Assis Gurgacz - FAG. Mestrado em Engenharia Agrícola - PGEAGRI, na área de concentração Sistemas Biológicos e Agroindustriais da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Cascavel-PR. Bolsista de Apoio Técnico em Extensão no País A - CNPq, no projeto Bioprospecção da microbiota fúngica das florestas de Mata Atlântica da região oeste do Paraná (de maio de 2011 a maio de 2012). Doutoranda em Engenharia Agrícola - PGEAGRI, na área de concentração Sistemas Biológicos e Agroindustriais.

Danielle Medina Rosa, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR

Bióloga, Mestre e Doutora pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná em Engenharia Agrícola. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Fisiologia Vegetal, atuando principalmente na área de germinação de sementes e recuperação de solo pela adubação verde. Ministrou as disciplinas de Recuperação de Áreas Degradadas e Educação Ambiental na Univel. Atualmente realiza estágio de Pós Doutorado na Área de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.

Cláudia Tatiana de Araújo da Cruz-Silva, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR

Possui graduação em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1998) , graduação em Ciências Biológicas Licenciatura pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1999) e mestrado em Botânica pela Universidade Federal do Paraná (2003) . Atualmente é Revisor de periódico da Varia Scientia Agrarias. Tem experiência na área de Botânica , com ênfase em Fisiologia Vegetal. Atuando principalmente nos seguintes temas: alelopatia, fracionamento de extratos.

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Publicado

14-06-2017

Edição

Seção

Engenharia Agrícola