HABILIDADE COMPETITIVA DE CULTIVARES DE FEIJÃO COM PICÃO-PRETO

Autores

  • Leandro Galon Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS
  • Ricardo Trevisol Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS
  • Cesar Tiago Forte Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS
  • Siumar Pedro Tironi Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, SC
  • Francisco Wilson Reichert Júnior Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS
  • André Luiz Radunz Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, SC

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252017v30n405rc

Palavras-chave:

Phaseolus vulgaris. Bidens pilosa. Interação competitiva.

Resumo

A interferência causada pelas plantas daninhas é um dos fatores que limitam a produtividade do feijoeiro e dentre essas destaca-se o picão-preto como uma das principais espécies que competem com a cultura pelos recursos do meio. Assim sendo, objetivou-se com este trabalho, avaliar a habilidade competitiva de cultivares de feijão do tipo preto (BRS Campeiro, IPR Uirapuru, SCS204 Predileto e BRS Supremo) na presença de biótipo de picão-preto. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em série substitutiva e constituíram-se de proporções da cultura e de picão-preto: 100:0; 75:25; 50:50: 24:75 e 0:100, o que corresponde a 40:0, 30:10, 20:20, 10:30 e 0:40 plantas vaso-1. A análise da competitividade foi efetuada por meio de diagramas aplicados a experimentos substitutivos, mais uso de índices de competitividade relativa. Avaliou-se a área foliar e a massa seca da parte aérea aos 40 dias após a emergência das espécies. Houve competição pelos mesmos recursos do meio entre as cultivares de feijão e o picão-preto, ocasionando interferência negativa no crescimento das espécies, independentemente da proporção de plantas. As cultivares de feijão apresentaram menor perda relativa ao reduzirem as variáveis morfológicas do picão-preto e demonstram possuir superioridade na habilidade competitiva em relação à planta daninha. A competição interespecífica é menos prejudicial para ambas as espécies envolvidas do que a competição intraespecífica.

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Biografia do Autor

Leandro Galon, Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS

Doutor em Fitotecnia, Ciência das Plantas Daninhas pela UFV.

Ricardo Trevisol, Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS

Aluno de Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul

Cesar Tiago Forte, Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS

Engenheiro Agrônomo formado pela UFFS e atual mestrando do PPGCTA da UFFS.

Siumar Pedro Tironi, Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, SC

Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa e atual professor da UFFS, Câmpus Chapecó/SC.

Francisco Wilson Reichert Júnior, Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, RS

Engenheiro Agrônomo formado pela UFFS e atual mestrando do PPGCTA da UFFS.

André Luiz Radunz, Department of Agronomy, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, SC

Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas e atual professor da UFFS, Câmpus Chapecó/SC.

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Publicado

14-06-2017

Edição

Seção

Agronomia