DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE ACESSOS DE COQUEIRO-GIGANTE

Autores

  • Kamila Marcelino Brito Sobral Department of Biological Sciences, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA
  • Manoel Abílio de Queiroz Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA
  • Carlos Alberto da Silva Ledo Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA
  • Carina Mendes Loiola Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, SE
  • Jéssica Barros Andrade Department of Biological Sciences, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA
  • Semíramis Rabelo Ramalho Ramos Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, SE

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252018v31n104rc

Palavras-chave:

Cocos nucifera L.. Recursos genéticos. Variabilidade genética. Germoplasma.

Resumo

O coqueiro-gigante (Cocos nucifera L.) tem grande importância socioeconômica no Brasil e foi primeiramente introduzido no litoral da região Nordeste, onde é explorado de forma semi-extrativista. O objetivo desse trabalho foi quantificar a divergência genética entre os acessos introduzidos e conservados no Banco Internacional de Germoplasma de Coco para América Latina e Caribe, verificar a eficiência dos descritores utilizados na discriminação dos acessos e indicar os essenciais para etapas de caracterização e avaliação. Foram avaliados os acessos: Gigante-da-Polinésia; Gigante-de-Tonga; Gigante-do-Oeste-Africano; Gigante-de-Rennel; Gigante-de-Rotuma; Gigante-de-Vanuatu; Gigante-da-Malásia e Gigante-da-Praia-do-Forte. Utilizou-se 35 descritores quantitativos recomendados para a espécie. A divergência genética foi estimada pela distância generalizada de Mahalanobis e o agrupamento foi realizado pelo método UPGMA. A importância relativa dos descritores foi mensurada de acordo com os métodos de Singh e Jolliffe e as variáveis foram selecionadas levando-se em consideração as informações coincidentes nos dois métodos, eliminando-se aqueles que foram descartados em ambos os procedimentos. Utilizando as características agronômicas detectou-se que a primeira variável canônica explicou 90,25% da variância total. Os descritores mais eficientes para detecção da divergência genética foram: circunferência equatorial do fruto, circunferência polar e equatorial da noz, volume do endosperma, peso total do fruto e noz, altura de estipe, circunferência do estipe a 150 cm do solo, número de folíolos e número de cachos por planta. Os acessos mais dissimilares pelas características agronômicas foram o Gigante-de-Rotuma e Gigante-do-Oeste-Africano, os quais podem ser prioritariamente indicados como genitores para a formação de populações segregantes em programas de melhoramento.

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Biografia do Autor

Kamila Marcelino Brito Sobral, Department of Biological Sciences, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA

Doutoranda em Recursos Genéticos Vegetais pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Mestre em Agroecossistemas, com ênfase em Recursos Genéticos Vegetais. Formação em Ciencias Biologicas pela Universidade Federal de Sergipe e Pós-Graduação em MBA/ Empreendedorismo para docentes pela Faculdade São Luis de França.

Manoel Abílio de Queiroz, Department of Technology and Social Sciences, Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1967), mestrado em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas) pela Universidade de São Paulo (1969) e doutorado em Genetics and Plant Breeding - University of Cambridge, Inglaterra (1984). Atualmente é professor Titular da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Docente Permanente do Curso de Mestrado em Horticultura Irrigada da UNEB e professor Colaborador da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) no curso de Pós Graduação em Recursos Genéticos Vegetais. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitotecnia (Recursos Genéticos Vegetais e Melhoramento de Plantas), atuando principalmente nos seguintes temas: cucurbitáceas, fruteiras nativas do semiárido, recursos genéticos vegetais, melhoramento vegetal e germoplasma.

Carlos Alberto da Silva Ledo, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (1993), mestrado em Estatística e Experimentação Agropecuária pela Universidade Federal de Lavras (1998) e doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Lavras (2002). É pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, professor permanente dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Agrárias e Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Atua nas áreas de Melhoramento Genético de Plantas, Recursos Genéticos Vegetais e Estatística e Experimentação Agropecuária, com ênfase no melhoramento genético do mamoeiro, pré-melhoramento de mandioca, genética quantitativa, planejamento de experimentos, análise estatística de dados e análise multivariada de dados.

Carina Mendes Loiola, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, SE

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Sergipe (2005), mestrado em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Sergipe (2009) e Doutorado em Fitotecnia pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2014). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Sustentabilidades dos Agroecossitemas e Biologia Molecular, atuando principalmente nos seguintes temas: Melhoramento genético, cocos nucifera L.

Jéssica Barros Andrade, Department of Biological Sciences, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA

Graduada em Ciências Biológicas bacharelado pela Universidade Tiradentes - UNIT, e atualmente mestranda em Recursos Genéticos Vegetais no Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Semíramis Rabelo Ramalho Ramos, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, SE

Possui graduação em Agronomia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB-1990), Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-1995) e Doutorado em Melhoramento Genético de Plantas pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF-2003), Campos, Rio de Janeiro, RJ. Atualmente é Pesquisadora A da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA, Unidade Embrapa Tabuleiros Costeiros, localizada na cidade de Aracaju, Sergipe. Tem especialização na área de Recursos Genéticos atuando, principalmente, nos seguintes temas: Recursos Genéticos Vegetais, Manejo de Bancos de Germoplasma, Melhoramento Vegetal, Melhoramento Participativo, Cucurbitáceas, Cocos nucifera. Atualmente é Curadora do Banco Internacional de Coco para a América Latina e Caribe (ICG), o qual se encontra vinculado á Rede Internacional de Coco (COGENT). É também Vice-Presidente da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste

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Publicado

11-12-2017

Edição

Seção

Agronomia