RESPOSTAS HIDROLÓGICAS DE MICROBACIA EM REGIÃO SEMIÁRIDA TROPICAL À ALTERAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL

Autores

  • Eunice Maia de Andrade Department of Agricultural Engineering, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE
  • Rafael do Nascimento Rodrigues Department of Agricultural Engineering, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE
  • Helba Araújo de Queiroz Palácio Department of Education, Instituto Federal do Ceará, Iguatu, CE
  • José Bandeira Brasil Department of Agricultural Engineering, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE
  • Jacques Carvalho Ribeiro Filho Department of Environmental and Technological Sciences, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, RN

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252018v31n119rc

Palavras-chave:

Escoamento superficial. Raleamento. Alturas pluviométricas.

Resumo

Tendo como objetivo responder ao questionamento de como o raleamento da cobertura vegetal de uma floresta tropical seca, caatinga, pode interferir no coeficiente de escoamento superficial, desenvolveu-se este estudo em três anos hidrológicos (2008, 2011 e 2013). O experimento foi conduzido no município de Iguatu no estado do Ceará, Brasil. No ano de 2008 a cobertura vegetal era caatinga em regeneração há 30 anos. A vegetação foi submetida ao manejo de raleamento em 2009, 2011 e 2013, eliminando-se as árvores com diâmetro inferior a 10 cm a altura do peito. Para investigar a resposta hidrológica em função da altura pluviométrica diária, tendo-se por base a distribuição de frequência acumulada, os eventos foram divididos em três classes pluviométricas (CP): CP ≤ 30 mm, 30 < CP ≤ 50 mm e CP > 50 mm. Para identificar se os coeficientes de escoamento gerados antes e após o raleamento da vegetação apresentavam diferenças significativas, aplicou-se o teste “t” de Student ao nível de 1%. Antes do raleamento (2008), a CP ≤ 30 mm registrou o maior percentual do coeficiente de escoamento diferindo estatisticamente ao nível de 1% de significância dos outros anos. Para eventos de grande magnitude (CP > 50 mm), os resultados apontam que o escoamento apresenta uma maior dependência das características da chuva e das condições de umidade do solo. O maior desenvolvimento do estrato herbáceo devido ao raleamento resultou em uma redução do fluxo do escoamento superficial.

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Publicado

11-12-2017

Edição

Seção

Engenharia Agrícola