CICLOS DE CORTE E POTENCIAL APORTE DE CARBONO AO SOLO EM MANEJO FLORESTAL DA CAATINGA

Autores

  • José Frédson Bezerra Lopes Division of development and Consolidation of Settlement Project, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Fortaleza, CE https://orcid.org/0000-0003-4992-5314
  • Eunice Maia de Andrade Department of Soil and Water Conservation, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, RN https://orcid.org/0000-0002-9750-0364
  • Erich Celestino Braga Pereira Department of Agricultural Engineering, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE https://orcid.org/0000-0002-6599-1779
  • Diego Antunes Campos Department of Agricultural Engineering, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE https://orcid.org/0000-0001-8603-7223
  • Deodato do Nascimento Aquino Division of development and Consolidation of Settlement Project, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Fortaleza, CE https://orcid.org/0000-0002-2736-5136

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21252020v33n317rc

Palavras-chave:

Floresta tropical seca. Domínio Fitogeográfico da Caatinga. Biomassa vegetal. Regeneração. Resíduos florestais.

Resumo

O manejo florestal na floresta tropical seca do Brasil expandiu em 450% nas duas últimas décadas; mas pouco se sabe da dinâmica nessas áreas. Assim, em uma área manejada para produção de carvão, objetivou-se avaliar se a recuperação dos estoques originais médios de biomassa (EOMB) é um critério consistente para definir ciclos de corte, além disso, determinou-se a biomassa remanescente e seu potencial de aporte de carbono ao solo. O estudo foi realizado no Assentamento Ramalhete, General Sampaio-CE, no ano de 2018. Determinou-se a biomassa arbustiva-arbórea explorável (BAAE) e o incremento médio anual (IMA) em cinco talhões submetidos ao corte raso há 3, 5, 8, 11 e 15 anos, e reserva legal (40 anos em regeneração). Em cada talhão foram instaladas sete parcelas (20,0 m x 20,0 m), totalizando 42 parcelas amostrais. Comparou-se a BAAE com a de projeto e calculou-se a biomassa remanescente (ramos, cepas e serapilheira) em um talhão recém explorado, a qual foi convertida para carbono orgânico. Quanto à biomassa remanescente, a ordem de maior potencial de aporte de carbono ao solo foi ramos > serapilheira > cepas. O aporte oriundo do componente ramos é superior ao da serapilheira em 3,4 vezes. A simples recuperação dos EOMB de um talhão após o corte raso não serve como critério para se definir um novo ciclo de corte, pois esses estoques originais não representam a máxima BAAE possível para essa área; sendo a biodiversidade e a presença de mais BAAE nas classes de maior diâmetro critérios mais adequados.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACHAT, D. L. et al. Quantifying consequences of removing harvesting residues on forest soils and tree growth – a meta-analysis. Forest Ecology and Management, 348: 124-141, 2015.

ANDRADE, E. M. et al. Procesos ecohidrológicos y servicios ecosistémicos em regiones secas. Cuadernos de la Sociedad Española de Ciencias Forestales, 45: 241-250, 2019.

ANDRADE, E. M. et al. Uncertainties of the rainfall regime in a tropical semi-arid region: the case of the State of Ceará. Revista Agro@mbiente On-line, 10: 88-95, 2016.

ARAÚJO FILHO, J. A. Manejo pastoril sustentável da caatinga. 1. ed. Recife, PE: Projeto Dom Helder Câmara, 2013. 200 p.

BRAZ, R. L. et al. Resíduos da colheita florestal e processamento da madeira na Amazônia – uma análise da cadeia produtiva. Journal of Biotechnology and Biodiversity, 5: 168-181, 2014.

CARVALHO, A. J. E.; OLIVEIRA, C. R. Avaliação do estoque lenhoso: inventário florestal do Estado do Ceara. 1. ed. Fortaleza, CE: PNUD/FAO/IBAMA/SDU/SEMACE, 1994. 61 p. (Documentos de Campo, 26).

CRUZ FILHO, D.; SILVA, J. N. M. Avaliação da quantidade de resíduos lenhosos em floresta não explorada e explorada com técnicas de redução de impactos, utilizando amostragem por linha interceptadora, no Médio Mojú, Amazônia Oriental, Brasil. Acta Amazonica, 39: 527-532, 2009.

FROEHLICH, P. L.; MOURA, A. B. D. Carvão vegetal: propriedades físico-químicas e principais aplicações. Tecnologia e Tendências, 9: 13-32, 2014.

GUEDES, B. S. et al. Net primary production in plantations of Pinus taeda and Eucalyptus cloeziana compared with a mountain miombo woodland in Mozambique. Global Ecology and Conservation, 15: e00414, 2018.

HUANG, J. et al. Accelerated dryland expansion under climate change. Nature Climate Change, 2: 166-171, 2015.

JESUS, K. N. et al. Guia metodológico para o desenvolvimento de atividades de campo e laboratório do projeto CNPQ rede – C – NE. Recife, PE: UFPE, 2016. 35 p. (Relatório Técnico).

LOPES, J. F. B.; ANDRADE, E. M. Biomassa remanescente em plano de manejo florestal da caatinga, manejado sob corte raso. In: III SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO, n. 3, 2017, Fortaleza. Anais... Fortaleza: MASSA, 2017. p. 1-6.

LOPES, J. F. B. et al. Deposição e decomposição de serapilheira em área da Caatinga. Agro@mbiente on-line, 3: 72-79, 2009.

MILES, L. et al. A global overview of the conservation status of tropical dry forests. Journal of Biogeography, 33: 491-505, 2006.

MORO, M. F. et al. Phytogeographical Metaanalysis of the Semiarid Caatinga Domain in Brazil. The Botanical Review, 82: 91-148, 2016.

PEREIRA JÚNIOR, L. R. et al. Carbon stocks in a tropical dry forest in Brazil. Revista Ciência Agronômica, 47: 32-40, 2016.

RIEGELHAUPT, E.; PAREYN, F. G. C.; GARIGLIO, M. A. O manejo florestal como ferramenta para o uso sustentável e conservação da caatinga. In: GARIGLIO, M. A. et al. (Eds.). Uso sustentável e conservação dos recursos florestais da caatinga. Brasília, DF: Serviço Florestal Brasileiro, 2010. v. 1, cap. 24, p. 349-367.

RIEGELHAUPT, E.; PAREYN, F. G. C.; BACALINI, P. O manejo florestal na caatinga: resultados da experimentação. In: GARIGLIO, M. A. et al (Eds.). Uso sustentável e conservação dos recursos florestais da caatinga. Brasília, DF: Serviço Florestal Brasileiro, 2010. v. 1, cap. 17, p. 256-275.

RODAL, M. J. N. F.; SAMPAIO, E. V. S. B.; FIGUEIREDO, M. A. Manual sobre métodos de estudos florísticos e fitossociológicos – ecossistema caatinga. 1. ed. Brasília, DF: Sociedade Botânica do Brasil, 2013. 24 p.

SALGADO, E. V. et al. Rainfall patterns and the contribution of litter in the caatinga dry tropical forest. Revista Ciência Agronômica, 46: 299-309, 2015.

SAMPAIO, E. V. S. B.; SILVA, G. C. Biomass equations for Brazilian semiarid Caatinga plants. Acta Botanica Brasilica, 19: 935–943, 2005.

SILVA, D. A. Qualidade do carvão vegetal produzido com madeiras na região de Manaus em fornos de alvenaria. Acta Amazônica, 18: 163-178, 1988.

SORENSEN, L. A. Spatial Analysis Approach to the Global Delineation of Dryland Areas of Relevance to the CBD Programme of Work on Dry and Sub-Humid Lands. UNEP World Conservation Monitoring Centre, 2009, 65 p.

VALBRUN, W. et al. Carbon and nitrogen stock under different types of land use in a seasonally Dry Tropical Forest. Journal of Agricultural Science, 10: 479-492, 2018.

VERDE VIDA. Reformulação de plano de manejo agrossilvipastoril de Ramalhete. 1. ed. Fortaleza, CE: Verde Vida Engenharia Ambiental, 2010. 121 p. (Relatório Técnico).

VIEIRA, G. et al. Teores de carbono em espécies vegetais da Caatinga e do Cerrado. Revista Acadêmica: Ciências Agrárias e Ambientais, 7: 145-155, 2009.

WEBSTER, K. L. et al. Soil CO2 efflux and net ecosystem exchange following biomass harvesting: Impacts of harvest intensity, residue retention and vegetation control. Forest Ecology and Management, 360: 181-194, 2016.

YAN, P.; XU, L.; HE, N. Variation in the calorific values of different plants organs in China. Revista PloS One, 13: 1-14, 2018.

ZÁKIA, M. J. B.; PAREYN, F. G.; RIEGELHAUPT, E. Equações de peso e de volume para oito espécies lenhosa nativas do Seridó, RN. In: IBAMA. Plano de manejo florestal para a região do Seridó do Rio Grande do Norte. Natal, RN: PNUD / FAO / IBAMA - Governo do Rio Grande do Norte, 1992. v. 1, cap. 4, p. 1-92.

ZENG, W. S.; TANG, S. Z.; XIAO, Q. H. Calorific values and ash contents of different parts of Masson pine trees in southern China. Journal of Forestry Research, 25: 779-786, 2014.

Downloads

Publicado

31-07-2020

Edição

Seção

Ciências Florestais